sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
TUNA - A história por detrás da tradição, por Eduardo Coelho
Palestra dada pelo amigo Eduardo Coelho, co-autor de "Qvid Tvnae? A Tuna Estudantil em Portugal", durante o 1.º TUNx, organizado pela TAFDUP - Tuna Académica da Faculdade de Direito do Porto, e que decorreu na reitoria da Universidade do Porto, a 4 de Dezembro (2015).
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
I TUNx Conferência sobre Tunas (2015)
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
A ventura da amizade
sábado, 14 de novembro de 2015
No I FITU de Lamego
E subir ao palco com esta malta, para formar o "TunaJúri", foi de salutar.
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Tunas com orquestras
Eis alguns exemplos:
Tuna Universitária do Minho, Braga.
TUIST, Lisboa
Quantuna de Coimbra
domingo, 27 de setembro de 2015
O que fundamenta a Tuna - Invenções da "praxe" de Leiria
A ignorância e mediocridade do conteúdo dispensam mais considerandos.
"Bem Aventurados os pobres de espírito....."; "Pai, perdoa-lhes que não sabem o que fazem".
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
domingo, 30 de agosto de 2015
Panegírico a João Paulo Sousa

quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Argolada de cátedra sobe a origem das Tunas.
Não dá para ir por 4 caminhos, o que aqui se ouve/vê é verdadeiramente inesperado!
Que um qualquer "transeunte" diga que a Tuna é de origem medieval (alguns mais afoitos até a colocarão no período helénico ou, porventura, no Cretáceo Superior), dá-se de barato, mas isto ser propalado por um tuno...
Surpreende porque não se esperaria tal de alguém que, para todos os efeitos, tem formação académica, sendo detentor de um doutoramento (e prefere exibir-se como "Professor universitário" - ao invés de, por exemplo, se apresentar, com simplicidade, como maestro da tuna - condição na qual ali está) e, por isso, sabendo que as informações veiculadas devem ser suportadas por investigação documentada, factual e inequívoca.
O emissor, em 2008, lançou um livrinho (pequeno em dimensão e conteúdo), sob a designação de "Tunos e Tunas - Uma realidade histórica e historicamente determinada" cujo intuito era demonstrar a importância da Tuna. O problema é que, num exercício superfial e sem o rigor que se exigia, cai na esparrela de repetir clichés (tipo "copy-paste") da Tuna fundada em tempos medievos e coisa e tal.
Só que, entretanto, realizaram-se vários ENT, temos o site Tvnae Mvndi, o Museo Internacional del Estudiante, o grupo FB "Tunas&Tunos", o PortugalTunas e, note-se, foi publicada, em 2011-12 a obra "Qvid Tvnae" que desmonta, inapelavelmente, o mito a Tuna fundada no séc. XII ou XIII, que desmente a ligação a goliardos, sopistas e quejandos!
Uma obra, essa sim, suportada em investigação séria, documentada, comprovada e baseada em evidência; e a qual demonstra que a Tuna surge apenas no séc. XIX sob a designação de "estudiantina".
Ora, não é, de todo, expectável, que, em 2015 (e tendo sido remetido um exemplar ao tuno em questão), voltemos a narrativas ficcionadas, pejadas de erros e imprecisões científicas/históricas.
Só não reconhece o erro quem lida mal com o contraditório ou se acha imune à ignorância. Em ambos os casos, nada disso abona favoravelmente. "Vanitas vanitatum..." diz o chavão.
E uma coisa são conversas de café, mas outra é dar entrevista para a comunicação social. O grau de responsabilidade por aquilo que se diz é totalmente diferente.
A Tuna não tem nada a ver com Goliardos (que nem terão tido expressão na Península Ibérica) Trovadores, Jograis ou Carmina Burrana (que, já agora, é uma colectânea de textos em latim, latim macarrónico, versos em alemão vernacular com vestígios de proto-francês - nada de inglês, portanto). Recuar, então, ao séc. IX (em que nem universidades existiam sequer, nem tão pouco goliardos. ..) é totalmente fantasioso.
Termina-se como se começou, com surpresa e incredibilidade pelas declarações feitas.
Adenda de 28 Setembro de 2016: foi, entretanto, endereçado um exemplar do Qvid Tvnae ao autor das afirmações.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
DEFINIÇÃO DE TUNA (QVID TVNAE)

https://drive.google.com/file/d/1HnbZrKgcb7zhwoD9KApuA9UogUvmwLew/view?fbclid=IwAR1q7d6lRQDq5bg6ZfrRnqulW9BvCToWH6K-FRG2njGG4SbezbGaaE_-um4
sábado, 11 de julho de 2015
A TAUC quanto ao ano da sua fundação
Tem ocorrido, ao longo de anos, um possível equívoco no que concerne à ideia milhares de vezes repetida de que a TAUC foi fundada em 1888.
O mesmo com "Dentro em breve estava fundada..." o que sempre é diferente de "refundada" ou "reorganizada".
António José Soares, em "Saudades de Coimbra, 1934-1949 (Vol. III)"[3] também refere festejos do 50º aniversário da TAUC ocorrido em Abril de 1940, e que teve participação dos, então, actuais e antigos tunos em sarau promovido no Teatro Avenida.
O que sabemos é que nos anos de 1891,1892 e 1893 não há, que saibamos, notícia de qualquer actividade ou existência da Estudantina de Coimbra (salvo uma fugaz referência tunante em 1891, e outra em 1892 - que adiante se tratará, e se explicará).
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Desenho do maestro Simões Barbas assinada por Rafael Bordalo Pinheiro. In A Paródia n.º 29, de 01 de Agosto de 1900. |
Recentemente, fomos encontrar notícia de uma Estudiantina de Coimbra em Salamanca (Espanha), em Abril de 1891 a qual era regida por Simões Barbas.
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O Defensor do Povo, Ano I, N.º 39 de 01 de Dezembro de 1892, p.3. |
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O Povo de Aveiro, Ano XI, N.º 588, de 04 de Dezembro de 1892, p. 2. |
O que o leitor facilmente intuirá é que se trata, a terem existido, da formação de grupos efémeros, os quais duraram o tempo do propósito para que foram criados, desfazendo-se em seguida - tal como nos confirmam vários artigos de 1893 e 1894 que a seguir apresentamos.
Uma coisa é estar-se a organizar (com ensaios e tudo o mais) e outra bem diferente é aparecer e actuar em público (que é o único modo de atestar a existência formal de um grupo).
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O Defensor do Povo, Ano II, N.º 147, de 14 de Dezembro de 1893, p.2. |
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O Defensor do Povo, Ano II, N.º 149, de 21 de Dezembro de 1893, p.2. |
Note-se a referência explícita que coloca este novo grupo como algo díspar de quaisquer outros anteriores, tal como temos indicação de que Simões Barbas estava habituado a dirigir tunas (e não apenas a Estudantina de 1888), significando, pois, que teria dirigido (ou tentado dirigir) outros grupos do género - os tais antes citados de 1891 e 1892 (ou mesmo 1893), mas que não terão passado de malogradas tentativas de voltar a ter uma tuna académica, com carácter mais permanente e institucionalizado, na Universidade de Coimbra.
Mas revela-se de pormaior importância a passagem que diz "...em nada será inferior á que se fundou ha cinco annos, e que tão agradaveis recordações nos deixou, na sua quasi ephemera duração".
Em 1893, portanto, estava-se a tentar formar uma nova tuna, em nada inferor há que formara 5 anos antes, ou seja em 1888.
Não parece haver espaço para dúvidas.
Atente-se, uma vez mais, ao que é referido pelo seguinte artigo, datado de Março de 1894, onde não se menciona qualquer refundação, reactivação reorganização ou um retomar da actividade após interregno, mas de "...organisar uma tuna á semelhança da que ha annos aqui se formou...":
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Defensor do Povo, Ano II, N.º 173, de 16 de Março de 1894, p.2. |
Organizar uma tuna (ou seja criar uma) do mesmo tipo (à semelhança) da que há anos se formou só pode ser entendido como formar uma similar a outra que já não existe (se existisse, era nomeada).
Ainda desse ano, mas num artigo de Dezembro, podemos ler um seguinte excerto dedicado a Simões Barbas, regente da TAUC, no qual se refere expressamente ser esta a 2.ª tuna [formal] por ele orientada:
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O Defensor do Povo, Ano III, N.º 249, de 06 de Dezembro de 1894, p.3. |
Estamos, ao que tudo indica, perante a formação de um grupo totalmente novo, criado de raiz.
Faltam-nos esses dados para uma comparação mais segura.
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TAUC em 1894. |
Para sermos sérios e honestos, nada permite inferir da passagem "... acha-se de novo organizada a Tuna Académica" como tratando-se da Estudantina de 1888, até porque nem sequer o termo "estudantina" é usado.
Aliás, a TAUC era igualmente apelidada de "Estudantina"[7] , fosse porque era termo sinónimo, fosse porque ressoava ainda o enorme êxito do grupo de 1888 (uma extensão vocabular que ocorreu, por exemplo, com o termo "batina", que continuou a ser usado para designar a casaca do traje estudantil, embora não se tratando da velha "abatina").
Recordemos, também, que a notícia sai no mês seguinte à que relatou que “Conta já mais de 60 executantes a tuna académica que nesta cidade vai constituir-se, de cuja regência se encarregou o laureado maestro dr. Simões Barbas." que transcrevemos acima, ainda há pouco.
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Direcção da TAUC em Valadolid, apelidada em Espanha,
como usual era, de "Estudiantina". Fonte: Nuevo Mundo. 4-4-1900.
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Outra citação:
Se a referida apresentação de dia 13 de Maio ao reitor teve lugar não sabemos.
Um outro artigo, desta vez de 1895, a propósito da deslocação da TAUC a Viseu, refere claramente que "Não é a primeira vez que a academia de Coimbra visita a de Vizeu, a antiga tuna academica tambem se fez ouvir naquella cidade e um curso do 5.º anno juridico já ali foi tambem dar a sua tradiccional recita de despedida.".
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O Defensor do Povo, Ano III, N.º 256, de 03 de Janeiro de 1895, p.3. |
Outro dado nos chega pelo periódico conimbricense "Resistência" que, em 1903, reproduz uma notícia de um outro jornal (o "Novidades") dizendo que a notícia e cronologia estão errados. Contudo, não adianta mais sobre o assunto, não esclarecendo o que é que está errado (se a data de realização do jantar, se é o programa ou se é o 10.º aniversário). Não tendo sido exercido contraditório por parte do periódico, não temos como tecer outros quaisquer considerandos que não seja hermeneuticamente estabelecer a plausível ligação aos demais dados anteriormente apresentados.
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Resistência, 9.º Ano, N.º 813, de 05 de Julho de 1903, p.2. |
São os factos à data, passíveis de sofrer alterações mediante novos factos documentados.