sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

O Ano Tuneril de 2023

Falar de 2023 em termos tunantes é, uma vez mais e grosso modo, “vira o disco e toca o mesmo”, tendo em conta que a esmagadora maioria da actividade registada se resume a festivais e a “dar de comer” às respetivas páginas virtuais.

Ainda assim, houve algumas novidades e efemérides que merecem destaque e constituem, portanto, uma pedrada no “mais do mesmo” a que parece votada  uma comunidade que pouco ou nada aprendeu/aproveitou da experiência da pandemia, tão pouco habituada está a pensar e a  pensar-se em rede[1].

Eis alguns desses momentos:

O grande destaque é necessariamente dado ao 20.º aniversário do PortugalTunas, o qual estreou um novo layout e comemorou essa data, em Fevereiro, com um animado jantar em Braga.

Nesse mês, ainda, uma nota pata a Tuna Mouronhense que lança o seu CD Viva Mouronho.

Em Março, é lançado o livro A Estudiantina Fígaro em Portugal (1878) e no Brasil (1885 e 1888), um obra de investigação, de acesso gratuito, com dezenas de imagens e mais de 100 páginas que nos contam a fundação e estreia da Estudiantina Fígaro em Portugal e a sua visita, anos mais tarde, ao Brasil.



No final do mês realizaram-se as  JiT’s 23 (III Jornadas  Internacionais de Tunas), em Bragança, iniciativa bem intencionada, mas que, e apesar (este ano) da presença de um ou outro investigador de renome, continuou órfã dos necessários critérios de rigor científico, tema sobre o qual já
aqui falámos.

Em Junho, estreia-se a Tuna Antiga Vimaranense, durante o II Encontro Ibero-Americano de Tunas Académicas.

Em Setembro, tiveram lugar, em Guimarães, as Jornadas Culturais integradas na II Convenção Mundial TUDI, iniciativa meritória, mais pelo convívio proporcionado do que pelo sumo das tertúlias organizadas.

Em Novembro, a TUNAFE - Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Porto lança o seu 3.º disco, As Muitas Que Sou.

Em Dezembro, para além das novas entradas no MFT (Museu Fonográfico Tuneril) assinalou-se o 30.º aniversário a TAUA - Tuna Académica da Universidade dos Açores, a qual lançou um livro evocativo da sua história.

Também nesse mês a Estudantina Académica de Castelo Branco lançava, no spotify, o seu albúm “FITU, sendo de registar não existir, infelizmente, uma versão física em CD.

Ainda uma nota à participação de diversas tunas no programa "Estrelas ao Sábado", na RTP1, e que mereceria alguma reflexão, face à medíocre qualidade que por lá se tem visto.

Anda a dança ao sabor de quem toca e a cigarra segue feliz.

Bom ano de 2024!

 



[1] A pouca participação no grupo de FB Tunas&Tunos ou a incapacidade de dar relevo à organização de um novo ENT (Encontro Nacional de Tunos) é disso um sintoma claro.