sábado, 2 de junho de 2007

CoSaGaPe - Os autores do "Qvid Tvnae?"

O CoSaGaPe não é mais do que uma feliz coincidência de vontades e amizades estabelecidas em consequência do mester tunante de cada um de nós e a forma de ver, pensar e reflectir o fenómeno tunante.
Esta “Bancada dos Maretas”, assim apelidada aquando do II ENT na Guarda, tomou forma em 2005, resultante de uma conversa que tive com o meu ilustre amigo Ricardo Tavares, também conhecido no meio tunante por Sabanda, quando trocávamos impressões sobre o desejo mútuo de escrever algo sobre a Tuna em Portugal.
Cedo concluímos que, perante tão vasta tarefa e titânica empresa, nada era mais prático e “económico” juntar esforços, pontos de vista, saberes e experiências.
Mas se cedo decidimos aliar vontades, também cedo percebemos que precisaríamos do contributo de outros, possibilitando o multiplicar de competências, saberes e o necessário dividir de tarefas.
Os nomes foram unânimes e imediatos, até porque naturais e óbvios: Eduardo Coelho (Conquistador) e João Paulo Sousa (TunoGasto), que prontamente acederam e juntaram à causa.
Nascia o CoSaGaPe (fusão dos nossos cognomes tunantes) com o objectivo de lançar uma edição de autor sobre a Tuna Académica/Universitária em Portugal, tendo em conta não existir nenhum estudo aprofundado e exclusivo sobre esta realidade, em Portugal.
Mas se congregar vontades e pessoas nem foi difícil, mais complicado seria o que, daí em diante, o grupo iria enfrentar.
É certo que a distância física dos componentes era, à partida, um factor tido em conta, mas se isso era uma dificuldade já contabilizada, mais difícil era o trabalho de campo que partia, grosso modo, do zero absoluto.
Recolher materiais, pesquisar fontes, descobrir agulhas em autênticos palheiros (bibliotecas, arquivos distritais, arquivos de imprensa escrita, leitura de uma imensa literatura que não apenas sobre tunas (esta última, quase toda em castelhano), na procura de dados, datas, factos, certezas que pudessem ajudar-nos a apresentar um resultado descritivo o mais fidedigno e historicamente correcto possível.
A contar com isso, obviamente, as nossas vidas pessoais.
Moroso, pois, este trabalho que, como ponto de honra, teve o desejo de ser o mais criterioso e completo possível (sem menorizar a necessidade de não ser exaustivamente extenso – o que se traduziria por um calhamaço que afastaria leitores e implicaria custos elevados).

Com muitas paragens pelo meio, o trabalho tem-se fixado, nestes últimos anos na recolha do maior número de informações possível sobre diversos aspectos e assuntos que pretendemos focar. Moroso, fastidioso e monótono, por vezes, exigindo grande ginástica pessoal de todos, para trazer à luz do dia uma obra que possa ser um contributo preciso para a preservação e informação sobre o fenómeno tunante em Portugal.

Contámos, também, numa fase mais recente, com o contributo de dois amigos com largo saber e créditos firmados, reconhecidos tunólogos, presentes no último ENT em Viseu. Falo do Rafael Ascencio (“Chencho”) e Roberto Martinez (“Tachi”), cujo trabalho e observações têm sido de pormaior valia.

Este grupo, cimentado por uma sincera amizade, não se averba com detentor da sapiência tunante e muito menos como colégio de mestres, fique já desfeito qualquer equívoco, dados alguns comentários que por vezes pululam a opinar sobre tunos que só escrevem. Mas assume-se, isso é claro, como uma união de vontades em descobrir e estudar mais aprofundadamente o fenómeno tunante, sendo por isso natural que, quem mais está informado melhor esteja posicionado para argumentar e opinar sobre a matéria, e ao menos com base em argumentos que não são voláteis ou romanceados.
Daí não ser de estranhar que, à falta de mais gente interessada e empenhada nestes aspectos, tenhamos sido presença habitual nos ENT, embora esteja certo que, se mais tunos houvesse a interessarem-se por estas matérias, mais teríamos a ganhar e a aprender.

Os meus companheiros de viagem são tunos que dispensam qualquer apresentação, conhecidos que são no mundo tunante pela sua postura, saber e experiência, com créditos mais que firmados, que nem o seu ímpar currículo é preciso chamar à baila para atestar óbvia legitimidade para encarnar este projecto.

Juntar, coligir e organizar uma informação dispersa, em muitos casos totalmente desconhecida e possibilitar que seja apresentada de forma organizada e estruturada é um serviço que se presta à comunidade tunante, e com todos beneficiarão.
Mas porque é uma empresa à larga escala, há que dar tempo ao tempo e esperar pacientemente, dado que estou certo que todos desejam, a começar por nós, algo que possa satisfazer a curiosidade e vontade de saber mais sobre tudo o que respeita à história do nosso mester.