domingo, 21 de julho de 2019

Estudiantina espanhola vai parar à prisão, Madrid 1904


Uma notícia assaz curiosa, sobre uma estudiantina madrilena que, em Fevereiro de 1904, é presa e, depois, metida no cárcere.

Já em Qvid Tvnae, se tinha levantado a questão da politização das estudiantinas/Tunas e do papel que teriam tido nos movimentos republicanos. Parece cada vez mais clara a teoria de que muitas estariam alinhadas com os ideais republicanos e com algum activismo subversivo. 

(Le Stéphanois, 4.º Ano, N.º 8486, de 07 de Fevereiro de 1904, p.2)

Neste caso, o artigo refere que, em Madrid,  uma estudiantina se tinha disposto a fazer uma Serenata, sob a janela do presidente do círculo republicano.
Contra o que seria expectável, pôs-se a tocar "Marselhesa" (hino francês, adoptado em diversos países como uma espécie de  hino republicano).
A polícia deu então ordens para cessar tal "afronta".

A estudiantina em causa, obedecendo, foi tocar o hino dentro de portas, pelo que se gerou a consequente confusão, com a polícia, por um lado, a invadir o local e os republicanos presentes (e a estudiantina), por outro, a entoarem novamente o dito hino.

No final, segundo reza o artigo, o inspector de polícia prendeu o presidente da estudiantina, o presidente do círculo republicano e levou-os para o posto de polícia, seguidos dos manifestantes que entoavam coplas políticas (recentemente proibidas nos teatros).

A polícia prendeu diversos manifestantes, assim como o presidente do círculo da juventude escolar republicana.

Termina o artigo dizendo que os estudantes (da estudiantina) presos foram metidos na cadeia.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Uma Estudantina Portuguesa em França, em 1893.

A estupefacção é partilhada, caros leitores.
Não tínhamos, nem temos, dados da presença de qualquer estudantina/tuna portuguesa em França nessa época.

O mistério é tanto maior quanto o facto de não haver qualquer menção à proveniência e constituição deste grupo.


La République du Midi, 46.º Ano, N.º 86, de 27 de Março de 1893, p.3.



Apenas se sabe, pelo relato indireto, que um grupo de pessoas da vila francesa de Pézenas (região de Hérault), após terem visto actuar a dita estudiantina portugesa, no Circo Pinder, decidiram, também eles, formar a sua.

Que estudantinas fossem contratadas para se associarem a espectáculos itinerantes (circos, teatros de variedades, etc.), já se sabia. Mas que uma estudantina portuguesa o tivesse feito, é novidade.

NOTA: Já agora, em adenda, referir que o "Circo Pinder", de pendor equestre, foi criado em Inglaterra, em 1854, pelos irmãos George e William Pinder, dando o seu primeiro espectáculo em França no ano de 1868. Dado que o número de deslocações era muito elevado, decidiram fixar-se em França em 1904, sob a direcção de Artur Pinder, filho de William.

Quem é esta "estudiantina portugaise"?
Não o sabemos. 
Muito provavelmente, é um grupo de foro civil (já que se fossem estudantes é certo que isso seria mencionado), certamente criada para o efeito (algo comum nesta época e contexto de espectáculos itinerantes de variedades). 
Ainda assim subsiste  o mistério.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

sexta-feira, 5 de julho de 2019

QVOT TVNAS - Censo de Tunas Académicas em Portugal (1983-2016)

Edição de Abril de 2019 (embora lançado apenas entre Maio/Junho), esta é uma obra pioneira no que se refere a censos de Tunas, seja a nível nacional quer mesmo a nível internacional.


Pioneira pela metodologia e rigor, mas igualmente, no caso de Portugal, porque se trata do primeiro recenseamento objectivo e exaustivo da evolução do chamado "Boom de Tunas", preenche uma lacuna que há muito precisava de resposta: conhecermo-nos melhor em termos de expressão numérica (uma ferramenta que permite olhar e compreender o fenómeno sob vários prismas) e acabar com números atirados ao calhas.










Nota: Uma pequena gralha na Nota Introdutória que refere 458 Tunas referenciadas, quando são 459.


O livro estabelece um estudo meticuloso do quando, quantas e que tipo de Tunas académicas existiram em Portugal entre 1983 e 2016.
Com 459 Tunas inventariadas (455 delas fundadas a partir de 1983), chega-se a 2016 com 284 grupos activos, tendo ficado pelo caminho 175 que, entretanto, desapareceram.
É tudo isso que se pode descobrir, passando os olhos por tabelas, gráficos e textos que contextualizam, e que possibilita perceber como aqui chegámos.

















Rigoroso e transparente, apresenta a lista de todas as tunas repertoriadas, os respectivos anos de fundação e, no caso de muitas, de extinção ou suspensão de actividade, num levantamento por cidades e regiões, bem como por tipologia (masculinas, femininas e mistas).

Um contributo para a preservação da memória e para futuros estudos sobre as Tunas académicas em Portugal, mas, também, demonstração cabal de que não basta fazer listas de tunas e chamar-lhe "Censo" (como sucede com certos "Censos Mundiais de Tunas", cuja metodologia e dados apresentados são, no mínimo, de duvidosa competência), pois não basta coligir informação tirada da net às 3 pancadas, mas saber também tratá-la, conferi-la e compará-la com fontes diversificadas, sem medo de apresentar as fontes e os dados para o leitor os poder conferir (a isso se chama honestidade, transparência e credibilidade).

Abaixo apresentamos a entrevista publicada na revista Legajos de Tuna, N.º 5 (Ano III, de Junho de 2019), pp.106-107:












quinta-feira, 4 de julho de 2019

Estudantina de Lisboa em Paris, 1994

Uma referência encontrada em periódico francês "Univers Cité", sobre a presença da Estudantina Universitária de Lisboa em Paris.

Univers Cité, N.º 5, de Abril de 1994, p.5.