terça-feira, 4 de novembro de 2014

Panegírico a Ricardo Tavares

Não deve haver, no meio tuneril português, pelo menos, quem não conheça o Tavares, Ricardo Tavares, o nosso estimado "Sabanda".
Personagem singular pelo seu percurso ímpar no meio tuneril português, faz parte daquele punhado de tunos que perpassa gerações e cujo percurso tunante é ele próprio património tunesco nacional.

Foi fundador da TAULP, com a qual gravou “TAULP” (1993) e “Luar da Ribeira” (2000), com alguns temas da sua lavra, estando igualmente na organização das 12 primeiras edições do certame da referida Tuna.

Produtor e apresentador do primeiro programa radiofónico inteiramente dedicado a Tunas, "Noite de Tunas"(anos 90), é  Templarium Honoris Causa da Tuna Templária de Tomar e Tuno de Honra da Tuna Universitária de Beja, tendo recebido, igualmente, a beca da Tuna de Direito de Oviedo, da Tuna de Ingenieros de Telecomunicación de Valência e da Tuna Cautitlan (México).

Em 2003, cria, em co-autoria com o José Rosado e Hélder Passos, o PortugalTunas, administrando o portal desde essa altura até hoje e, assim, imprimindo, com igual destaque e qualidade, o seu nome no mundo digital  - participação que se tornará reforçada através dos seus escritos nos blogues “As Minhas Aventuras naTunolândia” e “Portvscale Tvnae”, dedicados ao fenómeno tunante, onde, uma vez mais, espelha a mestria com que esgrima argumentos e faculta ao leitor as pistas para melhor perceber e entender o que é isso de Tunas.


Em 2005 funda a Tuna do Distrito Universitário do Porto, tornando-se no seu 1.º Magister e comprovando, com esse projecto de sucesso, toda a competência e saber que lhe são inteiramente reconhecidos em Portugal e além fronteiras. Aliás, e sem desprimor para nenhum dos demais elementos fundadores da TDUP que com ele edificaram esse projecto, não há como negar que grande parte desse brilho emana das qualidades humanas e tunantes emprestadas por Ricardo Tavares (conhecido igualmente no meio tuneril como "Sabanda"), cujo recente CD , com título homónimo, (lançado a 31 de Outubro), bem como o projecto do seu 1º festival, o "Vintage", evidenciam, também, o seu toque de Midas.

Resultado desse reconhecimento como homem que sabe destas coisas de Tunas como poucos, foi orador convidado para o II, III, IV, VI e VIII e IX ENT, e integrou diversos júris em certames por todo país (assinalando-se que muitos dos regulamentos hoje utilizados nos certames derivam daquele que ele lavrou há uns anos largos).

Membro colaborador do Museo Internacional del Estudiante, consagrou, em co-autoria com Eduardo Coelho, João Paulo Sousa e comigo próprio, todo esse património vivenciado e investigado, na, até agora, única obra de referência sobre Tunas em Portugal, "QVID TVNAE? A Tuna Estudantil emPortugal", editada em 2011-12.
Mais recentemente, torna-se membro colaborador da associação internacional "TVNAE MVNDI".

Também aqui, o papel pedagógico que teve ao longo de anos revela a têmpera de quem tem um olhar arguto, holístico e perspicaz do fenómeno tunante e nunca se coibiu de riscar a direito onde tantos preferiram o nacional-porreirismo dos riscos enviesados ou oportunas borrachas.

Um currículo invejável que demonstra enorme versatilidade e uma preocupação em conhecer e perceber o que se pratica e faz, precisamente para fazer bem e, consequentemente, bem fazer.
Não tenho de todo de ser isento, até porque nem é preciso: a obra fala pro si própria, mas não posso deixar de acrescentar que faz parte daquele círculo muito restrito de fraternos e fiéis amigos que só elegemos face a pessoas muito especiais.




Esta minha homenagem certamente que pecará por defeito, mas importa que se faça, para memória futura (e porque as homenagens se fazem em vida), para que se perceba da grandeza e importância que este grande Tuno tem na história recente da Tuna em Portugal, porque falar de Tunas em Portugal é falar de Ricardo Tavares, é falar de uma personagem a quem muito deve a defesa da Tuna como património a (re)descobrir e a promover na sua genuína tradição.

Num país onde todos só são consensualmente bons depois da morte, fica esta homenagem merecida e o reconhecimento devido, em vida, por mais que isso possa melindrar os que são pouco dados a respeitarem e reconhecerem a grandeza alheia, em razão da sua miopia de carácter.

Hoje, Ricardo Tavares está retirado da vida mais activa dos palcos, mas com novos projectos tunantes, sem esquecer que continua a investigar e a pensar a Tuna (actividades que fazem igualmente parte do magistério tunante).

Saúde, caro amigo!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Estudiantina Provençale, 1889, em imagem

Fundada em 1887, é uma das estudiantinas mais famosas e premiadas de França (a primeira formação cessa actividade em 1906).
O fenómeno francês das Estudiantinas é, em termos de número e actividade, o mais expressivo a nível mundial (aspecto a ser explorado em futura versão revista e aumentada de "Qvid Tvnae" e/ou, provavelmente também, em livro próprio).


Cliché em Bilhete Postal Ilustrado (Colecção pessoal)

Le Petit Parisien, Supplément Littéraire Illustré,1 Année, Nº 24, 21 Juillet 1889, p.8

 Revue de l’Exposition Universelle de 1889 de Paris, 1889, p.25 -  Biblioteca da Universidade de Heidelberg.



Imagens de Estudiantina, 1889, na imprensa francesa

Encontrámos isto nas nossas investigações e, como ainda não foi partilhado por ninguém, aqui fica em primeira mão.

La Caricature,Nº 507, 14 Septembre 1889, p.293


La Caricature,Nº 507, 14 Septembre 1889, p.29


terça-feira, 2 de setembro de 2014

A TAUC nos periódicos de Viseu

TAUC em Braga
 in O Commercio de Vizeu, 14 Dezembro 1894,  IX Anno, Nº 878
TAUC em Viseu, in O comércio de Viseu, 31 Janeiro 1895, IX Anno, Nº 892

TAUC em Viseu,
O comércio de Viseu, 02 Fevereiro 1895, IX Anno, Nº 893

TAUC em Viseu
in O Commercio de Vizeu, 07 Fevereiro 1895,  IX Anno, Nº 894
TAUC na recepção aos Estudantes da Escoal Médica de Lisboa e Sarau
no Congresso Nacional de Tuberculose em Coimbra,
O comércio de Viseu, 07 Fevereiro 1895, IX Anno, Nº 894

TAUC em Viseu,
O comércio de Viseu, 07 Fevereiro 1895, IX Anno, Nº 894

TAUC em Pontevedra
in O Commercio de Vizeu, 24 Fevereiro 1898,  XII Anno, Nº 1211



TAUC em Viseu in A Liberdade, 22 Março 1898, ANNO XXVIII, nº 1708

TAUC em Viseu
in O Commercio de Vizeu, 24 Março 1898,  XII Anno, Nº 1219



TAUC vai a Viseu,
O comércio de Viseu, 28 Janeiro 1912, VII Anno, Nº 2652

TAUC em Viseu,
O comércio de Viseu, 08 Fevereiro 1912, VII Anno, Nº 2655















Instrumentos Musicais Populares Portugueses

Valer a pena, para quem gosta de saber um pouco mais sobre o nosso património instrumental, dar uma espreitadela a uma obra que tem já perto de meio século (46 anos) e que é uma das referências para musicólogos e etnomusicólogos.
Falo, obviamente do livro  Instrumentos Musicais Portugueses, de Ernesto Veiga de Oliveira.

Deixo alguns clichés de fotos de instrumentos de corda (também as há de outras famílias), alguns dos quais já nem existem (ou só em museus).
Atenção que algumas designações atribuídas às fotos merecem reserva ou são questionáveis.















Fonte: OLIVEIRA, Ernesto Veiga de - Instrumentos Musicais Portugueses. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1966.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Tuna Compostelana em Portugal, 1888, nos periódicos de Viseu


Tuna Compostelana (Carta de Coimbra)
 in O Commercio de Vizeu, 11 Março 1888, III Anno, Nº 174, p1

Tuna Compostelana (Carta de Coimbra)
in O Commercio de Vizeu, 11 Março 1888, III Anno, Nº 174, p2
Tuna -Compostelana- no Gymnásio de Lisboa,
in O Commercio de Vizeu, 08 Março 1888, III Anno, Nº 173

Tuna Compostelana,
 in O Commercio de Vizeu, 23 Fevereiro 1888 1887, III Anno, Nº 169
    Tuna Compostelana, não é recebida por El-rei,
    in O Commercio de Vizeu, 26 Fevereiro 1888 1887, III Anno, Nº 170









































terça-feira, 26 de agosto de 2014

Livro com Tunas

Ese artigo coloca na ordem do dia uma obra que já há tempos tinha encontrado e desfolhado, que se assume como algo peculiar no tipo de abordagem que faz ao incluir Tunas.
Não é sobre Tunas, mas inclui Tunas. Não é sobre Tunas, mas fala de algumas, neste caso 3: Tintuna, TAULP e TFIST.






A obra, que tem por título Grupos Corais e Instrumentais de Portugal é da lavra de Lauro Portugal, editada em 2007 pela Roma Editora, e tem prefácio do conhecido maestro Pe. João Caniço.

Um livro assaz curioso que faz um pequeno apanhado de alguns grupos corais e instrumentais, sem se perceber muito bem qual o critério adoptado na escolha desses mesmos grupos, particularmente no que respeita às Tunas seleccionadas. O autor refere que a escolha recaiu nos que considerava mais representativos e, destes, os que aceitaram o convite em colaborar, mas o facto é que, quanto a Tunas  parece, antes, que as mais emblemáticas não terão sido contactadas (fossem as mais históricas, as que apresentam traje singular, um exemplar por género: mistas, masculinas e femininas, etc.,).






Também se estranha a ausência de tunas populares (rurais e/ou urbanas).

É exclusivamente uma sucessão de pequenos apontamentos biográficos dos grupos constantes, sua constituição, historial, organização, repertório, elementos...... a que acrescem uns quantos clichés.
O leitor não fica, pois, a perceber da origem, evoluçãoe características dos tipos de grupo presentes (coros, orfeões, grupos vocais e instrumentais e tunas), sendo que a própria concepção parece algo errónea, tendo em conta que os grupos corais e orfeões são, neste caso, o mesmo tipo de grupo (são coros), e os grupos vocais e instrumentais, tanto englobam grupos de música popular ou erudita, como Tunas, grupos de cantares e afins.
Fica-se, pois, algo confuso.



Seja como for, a singularidade desta obra é ser das poucas que dedica umas quantas páginas a Tunas, mesmo que só 3 exemplares, pelo que se aplaude a intenção.




Apenas, aqui neste particular, lamentar a tentativa de "dar um toque histórico" ao seu historial, ao alegarem que são herdeiros dos costumes e hábitos dos estudantes do séc. XIII (que nem eles próprios devem saber quais eram) , quando as Tunas apenas aparecem no séc. XIX (e não há costumes ou hábitos repertoriados nessa época ou vestígios de qualquer uso ou costume a que hoje chamaríamos de Praxe). Mais um exemplo iliteracia (falta de tunante.