sábado, 25 de fevereiro de 2012

VIII ENT e Qvid Tvnae?

Foi apresentado oficialmente a obra "Qvid Tvnae? A Tuna Estudantil em Portugal", durante o 8.º Encontro Nacional de Tunos que decorreu em Bragança, nos passados dias 7, 8 e 9 de Outubro (2011).
Os autores explicaram o percurso e processo de feitura do livro, o que esperar dele, passando em revista o que nele poderão os leitores encontrar.
Um livro a dar resposta a muitas questões, desfazendo mitos e narrativas romanceadas.
A primeira grande obra sobre Tunas Académicas que se edita em Portugal.

A obra passará a estar à venda online no site da Euedito (clicar na imagem)

Disponível gratuitamente aqui:
https://drive.google.com/file/d/1HnbZrKgcb7zhwoD9KApuA9UogUvmwLew/view?fbclid=IwAR1q7d6lRQDq5bg6ZfrRnqulW9BvCToWH6K-FRG2njGG4SbezbGaaE_-um4

















segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Apresentação do QVID TUNAE no XXVI FITU do Porto

Apresentação do livro "QVID TVUNAE? A Tuna Estudantil em Portugal", na sede da Associação dos Antigos Orfeonistas do OUP, no passádo sábado dia 13 de Outubro, integrada no XXVI FITU.
Com presença de 2 dos quatro autores (Eduardo Coelho e Ricardo Tavares) e com apresentação do Prof. Doutor João Caramalho Domingues.



segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

No XX Aniversário do RTA- TUV

São 20 anos que se assinalaram no passado dia 26 de Novembro (2011). O tempo passa, mas as amizades, as verdadeiras, essas,  ficam.






















segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Manifesto Tunante (Manifestvm Tvnae)

Em decorrência dos episódios lamentáveis que têm vindo a ser perpetrados na academia portuense, nasceu um manifesto que é especialmente dirigido ao Tunos e Praxistas de bem e de bom-senso.
Não deixe de o ler, e subscrever se nele se revir.



CLIQUE:


sábado, 8 de outubro de 2011

Tuna também é património cultural imaterial





A Tuna é ela também Património Cultural Imaterial, embora sem o reconhecimento oficial de tal, dado ser um fenómeno onde os seus grupos não estão sob uma mesmo estandarte que possa promover esta cultura e elevá-la ao reconhecimento foram da sua secular tradição (tal como já sucede com o Fado, por exemplo).

terça-feira, 4 de outubro de 2011

VIII ENT - Programa & Inscrições


http://www.facebook.com/event.php?eid=285211988156127&ref=ts

Data: 7, 8 e 9 de Outubro
Local: Bragança

Inscrição

Podem efectuar a inscrição e consultar o programa em http://rtub.alunos.ipb.pt/
Podem ainda consultar o blog em http://8entbraganca.blogspot.com/



Qualquer duvida podem contactar por e-mail: realtuna@ipb.pt ou realtunab@gmail.com, ou ainda os contactos telefónicos 934063102ou 932891126.


Programa

Sexta-feira, 7 de Outubro de 2011

18:00h - Recepção, registo e entrega de documentação aos primeiros Tunos participantes (Centro Académico do IPB) - aberto até Sábado às 19h

19:00h - Jantar de Recepção na cantina dos Serviços da Acção Social do IPB
21:30h - Concertos Teatro Municipal de Bragança (Bandas a defenir)

00:00h - Festa Académica em bares e discotecas da cidade de Bragança



Sábado, 8 de Outubro de 2011

11:00h - Recepção, registo e entrega de documentação aos Tunos participantes (Centro Académico do IPB)

12:00h - Almoço na cantina dos Serviços da Acção Social do IPB
14:00h - Abertura solene do encontro - Auditório Dionísio Gonçalves (ESA)
- Presidente da Câmara Municipal de Bragança
- Presidente do Instituto Politécnico de Bragança
- Magister da Real Tuna Universitária de Bragança


14:30h - Apresentação do livro sobre o fenómeno Tunante em Portugal, escrito pelo Grupo CoSaGaPe

" 100 Anos de História da Tuna Estudantil portuguesa, numa abrangência cultural que extravasa fronteiras. A pesquisa, estudo, compilação e sistematização nunca anteriormente feita em Portugal, que resulta numa obra compreendida entre 1870 e 1995, ilustrando todo o fenómeno e suas idiossincrasias. "

16:30h - Intervalo
16:45h - Ensaio geral (Workshop em que misturam: ensaio, direcção musical, direcção vocal e os diversos intrumentos de tuna)

19:45h - Jantar

21:00h - Tertúlia aberta
23:30h - Concerto
00:30h - Festa Académica em bares e discotecas da cidade de Bragança


Domingo, 9 de Outubro de 2010

12:30h - Almoço na cantina dos Serviços da Acção Social do IPB;

14:30h - Palestra sobre Cordofones (António Pacheco, docente do curso de música do IPB)
16:00h - Considerações Finais
17:00h - Sessão Plenária de encerramento de 8º ENT (com votação para a escolha da Organização de 9º ENT) - Auditório Alcino Miguel (ESTiG)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

VIII ENT cartaz/programa, Bragança 2011

Este Encontro Nacional de Tunos ficará, sem dúvida, marcado pela apresentação da tão esperada obra/estudo sobre a Tuna Estudantil em Portugal.
Se motivos há sempre para ir ao ENT, penso que, este ano, os motivos são redobrados.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Do alto de um banco, para não puxar da cadeira



O autor destas linhas, a par com alguns ilustres tunos da nossa praça, tem pautado parte da sua vida tunante numa vertente que muitos consideram "estranha" ao mester tunante: a memória da Tuna (quando é, afinal, uma outra forma de "tunar").
Não poucas vezes são estes peregrinos acusados de sobranceria e altivez pelo simples facto de, para mal de muitos comodismos e "poderes" instalados, terem tido a veleidade de ousar investigar a Tuna, sua história, sua diegese.
São, pois, olhados, estes quantos, de soslaio.

Se por um lado se lhes louva o mérito (ou doideira) do árduo, e já longo, trabalho, de pesquisa, de investigação ...... por outro, todo esse labor de coligir, verificar fontes, procurar a verdade....... é visto como altamente incómodo, porque trazem à tona factos que puxam o tapete a muito mito, que desalicerçam muitas "verdades", que contradizem inequivocamente muitas práticas, conceitos e "sapientísses", que chegam a por em questão muitas tunas enquanto tal (ou pelo menos muitas das suas práticas e praxis).

Então, quando estes "illuminati" têm a ousadia de accionar o contraditório em fóruns ou blogues............ "-Aqui del Rei!" que já estão a dar numa de sabichões. Outras vezes até o que sabem (muito ou pouco) é posto em causa ou relativizado por alguns, numa tentativa de se porem a salvo de qualquer necessidade de, afinal, concluírem que andaram equivocados.

Mas desenganem-se os leitores mais críticos ou detractores. Os tais "estudiosos" que por vezes dão a impressão de se armarem em omniscientes não têm qualquer intenção que não partilhar o que foram descobrindo e aprendendo, no desinteressado intuito de dar um contributo à comunidade tunante e, deste modo, ajudarem à necessária formação de que a mesma carece.

Não se pense, como muitos acharão (com mais ou menos azia e "dor de côto"), que se nasceu sabedor e entendido.
Tal como muitos dos nossos tunos de ontem, e de hoje, também os ditos erraram e pensaram muitas vezes mal.
Todos eles cresceram como tunos ouvindo "estórias de embalar" em que faziam fé; que reproduziram, que apreenderam e tomaram como certo durante muito tempo.
Todos esses ditos "entendidos" acharam também o mesmo que muitos ainda hoje acham: fosse que era possível cientificamente delimitar o que era música de tuna, de facto; que o contrabaixo e a música clássica não eram de tuna; que a tuna era só música popular; que a tuna era uma tradição de 600 anos; que as tunas eram Praxe......... e outros tantos mitos.
Era a catequese da época, melhor ou pior, conforme o catequista, onde não existiam catecismos e muito menos a facilidade webística de hoje.

Mas o que distingue uns de outros passa por uma questão de atitude intelectual: questionar e querer "tirar a limpo" todos esses"ensinamentos" - alguns dos quais, desde muito cedo, logo foram sucitando dúvida pela sua improbabilidade ou, até, por falta de confrmação documental e inequívoca.

Há 20/25 anos atrás não se tinha acesso ao saber, sobre tunas, como hoje. A Internet era uma novidade ainda pouco difundida e nenhuma literatura existia que fosse de fácil acesso (em português, então, tal como hoje, salvo o Tunas do Marão só publicado em 2005, rigorosamente nada).
Assim,  reproduziam-se, com muito mais facilidade,  contos e as lendas, sempre acrescentados pelo imaginário e deduções romanceadas que foram formando o corpo oral da catequese tuneril, chegando aos dias de hoje como autênticas verdades canónicas.

O problema sempre foi, para alguns de nós, o seguinte: "Mas quem disse e onde estão as provas disso?".
Se durante muito tempo se aceitou, pelo respeito que nos merecia o emissor (muitas vezes um padrinho, um prestigiado veterano, um tuno com mais experiência, etc.), o facto é que a falta de provas, de comprovação, de algo mais do que o fiar-se no que é dito, à medida que os anos passavam, foi sendo o lento acordar para a necessidade de não se aceitar passivamente saberes de que, afinal, todos pareciam saber muito, mas de lábia - e pouco ou nada, de facto.
Também nós errámos, dissemos baboseiras do arco da velha, jurámos a pé juntos idiotices pegadas. Fizemo-lo enquanto aceitámos ser meros reprodutores sem critério, sem questionarmos e arregaçarmos as mangas e não esperar que as coisas nos caissem no colo.

Essa é a grande diferença: uns aceitam sem questionar (e quando mais rebuscado, ou romântico, melhor), outros têm a curiosidade de verificar e saber mais sobre as coisas.
Convém, ainda assim, dizer que não é preciso que todos mergulhem nas bibliotecas e arquivos, só que uma coisa é fiarmo-nos em documentos ou textos de pessoas  que estudaram e pesquisaram seriamente, enquanto outra é acreditarmos em pessoas que apenas falam de cor, sem qualquer sustento documental (sem provas).

Na nossa comunidade, podemos registar, entre outros, 2 tipos de tunos: os que não sabem, mas querem aprender e aqueles que não sabem, não querem aprender e têm raiva a quem sabe.

No caso dos primeiros, partilha-se com eles uma confidência: se sabemos mais foi porque errámos mais e, por isso, pretendemos, com o nosso contributo, possibilitar que outros errem menos e façam melhor.
No caso dos segundos, é quando o discurso acaba por ser um pouco mais ríspido, porque em gente letrada, a cursar o ensino superior, lamenta-se esse tipo de atitude, de quem não sabe e ainda tem orgulho nisso; ou então de quem não sabe e acha, contudo, que nada tem para aprender -e a esses idiotas chamamos, sem rodeios: idiotas.

Não o fazemos de cátedra, mas também não pedimos licença para o fazer. Nada mais ridículo do que legitimar o erro e o equívoco e achar-se natural aceitar isso batendo palmas. Nada mais ridículo do que o saber ficar na posse de alguns, quando é para ser partilhado, porque a todos pertence.
Fazemo-lo pelo gosto de ajudar, pelo gosto do próprio exercício de descobrir, pelo desinteressado desejo de dar algo que pode ser útil - sabendo o quanto foi penoso não termos, no nosso tempo, quem o fizesse por nós.
Fazemo-lo numa atitude de serviço, não como doutorados em tunologia, e que resulta da curiosidade e insatisfação pela falta de respostas credíveis com que sempre nos deparámos no que dizia respeito à Tuna.
O facto de termos nas nossas mãos alguns dados mais que muitos não terão (mas em breve irão ter), apenas nos faz cair na conta de que pouco sabemos face ao que está, ainda, por descobrir.

No próximo ENT, a decorrer em Bragança (2º fim de semana de Outubro), será levantado o véu sobre a tão aguardada obra que pretendemos que esteja no mercado pouco tempo depois.

Não se trata de uma bíblia, mas de uma ferramenta que possa ser útil e, até, despertar o interesse e vontade de outros irem mais longe nesse trabalho.

sábado, 20 de agosto de 2011

Toca Paco Sabanda!

Só me faltou levar o CD do Paco Bandeira, mas não encontrei.
Bonita festa, entre amigos. Parabéns, "Sabanda".



sábado, 2 de julho de 2011

Monumento ao Tuno - Santiago de Compostela

Por mera curiosidade histórica e cultural, trago notícia do Monumento Al Tuno, nomeadamente das figuras que compõem essa já famosa escultura, situada no campus universitário de Compostelana.
Agradeço a amabilidade do meu amigo Mário, da Cuarentuna La Coruña, que me cedeu este, e outro material, que aqui irei colocando, sempre que pertinente.
Não sendo o único existente, esta escultura é certamente das mais conhecidas do mundo tuneril.



Aqui transcrevo, em versão portuguesa, ao texto referente ao monumento:

Por motivo do II Certamen Internacional de Tunas, celebrado em Santiago de Compostela durante os dias 17, 18 e 19 de Novembro de 1980, organizado pela Reitoria da Universidade de Santiago e a Associação de Antigos Tunos, sendo Reitor o catedrático de anatomia patológica, o Magnífico e Excelentíssimo Dr. D. José María Suárez Nuñez, e presidente da Associação de Antigos Tunos o Dr. D. Fernando Vietes Faya, inaugurou-se, no campus universitário, o primeiro Monumento ao Tuno (dizemos primeiro e único porque não há notícia de que exista outro).

O grupo escultórico, que representa uma cena de serenata, com figuras de tamanho real, está realizado em granito galego e é uma obra do escultor D. Fernando García Blanco (aluno predilecto do grande escultor galego D. Francisco Asorey).

As figuras que compõem a escultura pertencem aos seguintes membros da Associação de Antigos Tunos:

Guitarra: Rafael Milán Calenti  - actualmente acessor jurídico da Junta da Galiza. Membro fundador da Associação A.T. Foi organizador do primeiro Ajuntamento ("Xuntanza") de Tunos Compostelanos que reuniu, na cidade de Santiago, tunos pertencentes a mais de 20 gerações.

Cantante: José Luis Bernal López - humorista, periodista radiofónico e colaborador de TV. Foi apresentador, junto com Luis del Olmo e Silvia Tortosa, do Iº Certamen de Tunas e coordenador, e apresentador, do 2º com Guadalupe Enríquez. É membro fundador da A.T.T.

Mandolina: Dr. D. Fernando Vietes Faya  - professor de medicina, dermatólogo. Membro fundador, e primeiro presidente, da A.T.T.

Pandeireta: Benedicto BarreiroMigues - personagem mítica que pertenceu às tunas de finais dos anos 30 e as continuou acompanhando até há poucos anos.

Texto de José Luis Bernal (FARRUCO)
in Canta la Tuna - Cancioneiro, de Domingo Rojas Cantera e Javier Iglesias Ramos.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

No XIX FITUV (Infantuna) 2010

Um fim de semana memorável.
Participando no Festival dos amigos da Infantuna, parece que rejuvenesci 20 anos.

Com os companheiros de sempre do Real Tunel, mas também com os amigos da TDUP, especialmente o meu querido Ricardo Tavares ("Sabanda"), com o Paulão da EUC, o João Paulo Sousa................ e os muitos amigos da Infantuna. 
Tuna é isto: um constante reencontro e vivência das amizades que a música une.















terça-feira, 23 de novembro de 2010

Melodias gastas



Há já algum tempo que estava para escrever sobre este assunto (este e outros mais), mas o tempo tem sido pouco, a disposição nem sempre muita e alguma preguiça, também, à mistura, reconheço.


Tem voltado à berlinda, a questão dos repertórios/alinhamentos que são apresentados em certames e demais espectáculos e que, de ano para ano, continuam inalterados ou, então, cujos temas sofrem pequenos liftings - mas que nada mexem no escalonamento.

Por que razão assim sucede?


Por que razão andam as nossas Tunas sempre a tocar o mesmo anos a fio?

Serão factores de vária ordem, diga-se:


1.º Os temas vão dando prós gastos e continuam a ser suporte para vencer certames;
2.º A Tuna não tem quem "faça" outros (e aqui não significa fazer originais) ou só pensará nisso quando o desgaste do alinhamento a isso obrigar (o que leva, por vezes, a longas travessias no deserto);
3.º Acomodamento ao que está feito e receio em voltar ao "sofrimento" de laborar novos temas - e todo o trabalho desgastante que isso dá (e para quê, se o actual repertório está sabido e dele ainda se tiram dividendo?).
4.º  O grupo mantém um núcleo fixo o que não impede a execução (e os que entram, entram na onda), até mesmo dos temas mais complicados.
5.º  Os Júris dos certame vão rodando, pelo que mesmo apresentando os mesmos temas na edição seguinte de um festival (ou 2 ou 3 edições depois), não se corre o risco dos jurados acharem "mais do mesmo".


São alguns dos factores que levarão a que um mesmo alinhamento dure mais que pilhas Duracel. 
Obviamente que quando ele é muito bom, não nos cansamos de ouvir repetidas vezes............... mas há limites. 
Uma coisa é dar para tournées de 3 a 4 anos (e já é muito), outra é, passados 5 ou mais, voltarmos a ouvir a mesma Tuna com o mesmíssimo (ou quase) alinhamento.
A pergunta que aqui já fiz (quando abordei o tema do repertório) foi: "Mas o que andam a fazer nos ensaios ao longo destes anos todos? É vira o disco e toca o mesmo?".

Não haja dúvida que, nos muitos (mas muitos mesmo) casos, em que isso sucede, não consigo explicar para que raio servem os ensaios, se andam 4 e 5 anos, todas as semanas, a ensaiar rigorosamente o mesmo (principalmente quando, note-se, após todo esse "treino" ainda vemos erros e argoladas).
Significa isso que uma tuna deve abandonar o seu repertório passados 3 ou 4 anos?
Não, por certo. Deve é alterá-lo e renová-lo. Os grandes sucessos do passado serão sempre bem-vindos se metidos singularmente (os quais podem ir rodando) no meio dos novos temas.
Pessoalmente, não percebo como as tunas não trabalham coisas novas, enquanto o seu repertório vai rodando.

Considero puro desperdício uma tuna andar anos a fio, nomeadamente nos ensaios, a bater no ceguinho .

Muitas vezes, as tunas vão adicionando ao conjunto já rodado, um tema novo. Obviamente que se louva, mas sabe a pouco, a muito pouco, na perspectiva que venho aqui explicando. 
Renovar deve ser uma aposta contínua e não uma empreitada ocasional. Renovar (também sinal de pujança, e dinamismo) é não ficar acomodado e querer oferecer ao público coisas novas; é estabelecer novos patamares, novas conquistas.......é pôr a tuna em andamento.

Claro está que os alinhamentos deixam de ser também viáveis, obrigando a renovações forçadas, quando, "subitamente", alguns elementos saem ou se véem impossibilitados de continuar assiduamente. Muitas vezes, a tuna deixa de contar logo com aqueles instrumentistas virtuosos em quem assenta aquele arranjo, aquele instrumental. Outras vezes, é o fabuloso solista que deixa a tuna orfã (porque à sombra daquele portentoso cantor, ela se foi esquecendo de preparar alternativas ou a sucessão).
Esta é uma daquelas situações que leva à necessidade de, quando menos se queria, ter de repensar toda a estratégia e, como anteriormente disse, começa muitas vezes aí a longa travessia no deserto (só terminada quando entra uma nova fornada de talentos- algo cada vez mais raro nos dias de hoje).

Outras vezes é o facto de a Tuna deixar de arrecadar prémios festival após festival, concluindo, com isso, que é hora de mudar.

A saturação dos próprios tunos também é factor que levará à mudança, mas, não poucas vezes, tem de haver um motivo mais forte (como o de não arrecadar prémios durante "demasiado" tempo), porque tunas há onde se nota essa saturação, mas que se vai "aguentando", porque os resultados festivaleiros ainda vão escamoteando o "descontentamento" latente (até do público seguidor da tuna).
O certo é que se nos cria um certo desencanto, quando vemos grandes certames que continuam a apostar no circuito fechado, convidando as mesmas tunas repetidamente, as quais, também repetidamente (e ano após ano) vêm apresentar mais do mesmo, sempre o mesmo.
O que é bom é bom, mas, à força de insistir no mesmo, não há como evitar o tédio, a monotonia e a sensação que, muitas vezes, são precisamente as tunas de maior renome - e que, por norma, possuem mais "recursos" humanos e experiência, as que menos são empreendedoras neste apartado.

Fossem os Júris dos certames mais ou menos fixos (como sucede com o CIRTAV, por exemplo, com um grupo fixo de 3 elementos e um que roda todos os anos) e certamente que as tunas evitariam fazer mais do mesmo anos a fio, sob pena de serem preteridas na avaliação por outras mais empreendedoras e dinâmicas (conquanto tivessem qualidade, obviamente).
Mas até por consideração ao público que, grosso modo, é usualmente assíduo, as tunas deveriam ter em atenção a necessidade de criar surpresa, de mostrar trabalho contínuo.
Pena que os grandes certames não apostem noutras tunas que possam trazer alguma variedade. Quiçá isso obrigasse algumas "habitués" a mudar alguma coisa, a entenderem que se lhes pede algo mais do que a eterna repetição até ao tédio.


Se atentarmos, por exemplo, ao caso dos Coros (e já só falo dos amadores), vemos uma diferença abissal, com estes a terem repertórios vastos de Natal, de Páscoa, de música sacra, profana (e, neste capítulo, tendo ainda a divisão entre música barroca, renascentista, popular, etc.), litúrgica, entre outras, num repertório que ultrapassa as muitas, muitas dezenas de temas.
Obviamente que não têm a componente instrumental, mas é facto que também não têm nem metade, muitas vezes, das actuações que as tunas têm, em que quase não existem certames com prémios a concurso (daí que nem sequer têm esse "incentivo") e, no entanto, estão continuamente a trabalhar coisas novas (depois actualizando os temas que pretendem para determinada apresentação ou época).
Raramente se assiste a um coro a repetir o mesmíssimo repertório em edições sucessivas de encontros corais ou de concertos em que participa frequentemente.

Mas nas tunas isso não sucede. Raramente se distingue um repertório de certame de outro que seja para a festa da aldeia ou um outro qualquer concerto ou espectáculo. Não poucas vezes, o repertório principal é "pau para toda a colher" (mesmo que entremeado com um ou outro tema de reserva).
O facto é que a enorme evolução qualiativa das nossas Tunas entrou numa certa estagnação, onde as mesmas vivem dos dividendos.

Vão surgindo coisas novas muito boas, mas continuam a ser fortutitas - não chegando para concluirmos com satisfação "estrearam um repertório novo", "trazem supresa e novidades".

Todos gostamos de ouvir os grandes sucessos, aqueles que povoam o nosso imaginário tunante e que definem, não poucas vezes, a afeição que temos por certos grupos, contudo têm sempre melhor sabor se consumidos ocasionalmente, tal como um bom Conhaque, que só tem aquele "je ne sais quoi", se bebido em ocasiões especiais, e ao fim da refeição; não, certamente, se bebido diariamente a todas as refeições e a acompanhar todos os pratos.

Seja o repertório como a Ementa do dia de um restaurante: mudando diariamente, mas sem nunca esquecer as especialidades da casa, sob pena de enfadar o estômago, enfastiar o apetite ou levar à preferência pelo botequim lá do lado que até nem é tão requintado, mas oferece mais variedade, também a preços convidativos.
O que não falta por aí são temas para adaptar, para incorporar, a par com um ou outro que um qualquer inspirado tuno componha.
Não se fiquem, pois, as nossas tunas, a contemplar o trabalho feito, porque o caminho faz-se caminhando.


Nota a posteriori: O blog do meu amigo "Aventuras", hoje publicado, complementa superiormente o que este artigo reflecte. Aconselho, por isso, também, a leitura do artigo A Aventura da Hibernação Creativa

quinta-feira, 28 de outubro de 2010