sexta-feira, 20 de abril de 2018

Disparates minhotos sobre a origem das Tunas

 

Uma breve intervenção para uma dura crítica à entrevista dada por João Barbosa (Magister da TUM) ao site "leve-se" (ver AQUI), no rescaldo do XXVIII FITU Bracara Augvsvta.



Nessa entrevista, saltam imediatamente aos olhos uma sucessão de falsidades e erros que, já mesmo em 2018, são inaceitáveis (dado estarmos a falar de tunos que frequentam/frequentaram cursos superiores e que, sobre a sua actividade, têm obrigação de estar melhor informados).

 


O entrevistado afirma que a origem das tunas está mal documentada, algo que é totalmente falso, além de absurdo de se afirmar. Pelo menos em Portugal, desde o lançamento da obra "QVID TVNAE? A Tuna Estudantil em Portugal", publicada em 2011-12 que há factos documentados (para não ir a publicações espanholas). Mas também na web existe informação suficiente (nomeadamente no portal "PortugalTunas", nos blogues "Notas e Melodias" (Notas Históricas - A Tuna em Portugal - I, II e III), "Além Tunas", "As Minhas Aventuras na Tunolândia", no site "Tvnae Mvndi", na revista "Legajos de Tuna", nas muitas informações veiculadas nos ENT (Encontro Nacional de Tunos) ou, até, na página de FB "Tunos&Tunas" que deveriam permitir, até ao mais leigo, evitar dar tão monumentais calinadas (ainda mais superlativas quando é um responsável de uma tuna de referência a propalá-las em 2018).

 

Depois, o entrevistado afirma que as tunas surgiram nos séc. XVIII e XIX em Espanha, algo que é falso, pois o fenómeno apenas se inicia a partir de meados do séc. XIX.

Mas pior ainda é vir com a conversa que os primórdios da tuna remontam aos séc. XI e XIII ligada aos sopistas, fazendo prova de uma inegável capacidade de copiar narrativas ficcionadas ouvidas a outros tantos ignorantes.

É de ficar de boca aberta com a facilidade com que as pessoas falam daquilo que desconhecem, contribuindo para mais "fake news" e a continuidade de mitos sem qualquer fundamentação.

Na página de FB do "Leve-se", um título enganoso a que se soma um erro de português de palmatória (não se escreve "tá", mas "está" - do verbo estar).


Obviamente que o próprio entrevistado nem sequer sabe o que são sopistas, ao caracterizá-los como "estudantes que escapavam dos internatos à noite para irem às tabernas".

Pena que a ignorância não doa, pois que qualquer pessoa minimamente culta sabe que sopistas não eram apenas estudantes e que essa coisa de escapar de internatos não tem pés nem cabeça (e que os sopistas nada têm a ver com Tunas).

Afirmar que tunas são pequenas famílias que procuram algo mais que aulas e completar um curso é prova de quem não tem, de facto, um conhecimento mínimo para abordar estes temas, pelo que deveria ter-se abstido de sobre eles se pronunciar.

 


Ainda uma referência (embora não directamente do âmbito tuneril) para a falácia do traje Tricórnio, também ele uma fabulação total, alicerçado sobre uma narrativa ficcionada que foi fazendo caminho, de tal forma que é quase como vender gato por lebre.

Quem sabe ler o artigo do historiador e maior especialista em trajes e protocolo académicos (Prof. Dr. António Nunes), sob o título de "Notas ao Tricórnio ficcionado", abra alguns horizontes críticos, contrapondo a razão à barbárie da ignorância militante que, acriticamente, é absorvida e repetida.

 

Termino como comecei.

Não é admissível que, em 2018, se digam tantos disparates sobre a origem e história da Tuna, sobretudo quando se é tuno (e ainda mais quando se ocupa um cargo de relevo), face á quantidade de informação disponível.

Se há preguiça em consultar, em ir à net saber sobre tunas (sobre o que os investigadores/especialistas fazem e publicam), então haja a mesma coerência e use-se da mesma preguiça para não responder ao que não se sabe nem quis saber.

 

 

quarta-feira, 14 de março de 2018

Estudiantina Española Fígaro em partitura

Não se conhece exactamente de que ano é esta partitura, mas a sua folha de rosto (capa) ilustra esse mesmo grupo, em desenho.


segunda-feira, 12 de março de 2018

Estudiantina Española Fígaro em Constantinopla - Turquia (1886)


Um artigo que comprova a presença da Fígaro por terras turcas em 1886.
O artigo inicia-se com o título sugestivo de que o sultão, que os recebeu, terá feito algo bizarro / estranho.
Com efeito, para além de lhes entregar uma considerável quantia em dinheiro, honrou cada membro com a Medalha das Ciências e das Artes (condecoração que, como diz o periódico, é raramente atribuída).

Diário de Notícias (RJ - Brasil), Anno II, N.º 322, de 25 de Abril de 1886, p.1

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Estudiantina Fígaro na Hungria -1884


Duas imagens de cartazes que anunciam concerto da Estudiantina Española Fígaro na Hungria



06-03-1884

07-03-1884



Fonte: Europeana Collections (Pesquisa de 2014)

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Museu Fonográfico Tuneril - Visita guiada.

Uma visita ao MFT (Museu Fonográfico Tuneril) e ao acervo do seu principal dinamizador, Jean-Pierre Silva.
O MFT é uma iniciativa ímpar no mundo das tunas, a nível mundial. Um projecto que merece ser apoiado, e acarinhado, por toda a comunidade das tunas nacionais, e seguido o exemplo noutros países com tunas académicas.







sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Legajos de Tuna n.º 2 - Museu Fonográfico Tuneril. Promover e preservar a memória.

Capa da 2.ª edição da revista


Documento completo:
https://issuu.com/legajosdetuna/docs/legajos_de_tuna._n___2



PORTUGAL

Legajos de Tuna n.º 2, Dezembro de 2017, p. 51

Legajos de Tuna n.º 2, Dezembro de 2017, p. 52

Legajos de Tuna n.º 2, Dezembro de 2017, p. 53

Legajos de Tuna n.º 2, Dezembro de 2017, p. 54

Legajos de Tuna n.º 2, Dezembro de 2017, p. 55







quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Memórias Radiofónicas - Tuna, a "Menina da Rádio".

Hoje pode parecer banal. Há uns anos, contudo, não apenas era raro, como raros os programas exclusivamente dedicados a Tunas. 

Foi com o "Noite de Tunas", em 1993, produzido pelo Ricardo Tavares, que surge o primeiro programa radiofónico inteiramente dedicado às tunas. Uma iniciativa pioneira, mas igualmente arriscada, isto quando sabemos que, até 1993, inclusive, a discografia disponível era escassa (salvo meia dúzia de discos vinil dos anos 6o/70, existiam, de acordo com os dados do MFT - Museu Fonográfico Tuneril, cerca de 13 títulos editados - e nem todos, porventura, disponíveis ali à mão).

Desbravado o caminho, e com o crescimento do fenómeno e da discografia disponível, a Tuna passou a poder marcar mais vezes presença na telefonia.
Em meados dos anos 1990, e até com o sucesso da Mulher Gorda (do álbum "Serenatas das Fitas", da E.U.L.), a Tuna foi, durante algum tempo, a "menina da rádio".
Pegando na letra do fado do estudante, para falar da tuna nas ondas hertezianas, poderíamos cantar:
"[va] gosto à gente ouvi-l[a], até,
na radio-telefonia"

Hoje, na verdade, é raro ouvir-se uma tuna na rádio, tal como raros os programas dedicados a tunas. Salvo erro, só mesmo o "Capas Negras", em Tomar, sobrevive como tendo um programa exclusivamente sobre Tunas.


José Rosado no seu programa "Capas Negras", inteiramente dedicado às Tunas.


Eis a lista de alguns desses programas:



- "Noite de Tunas"[1], na Rádio Festival – Porto (94.8 FM), no ano de 1993, produzido pelo Ricardo Tavares;
- "Noite de Tunas", na Rádio Regional de Aveiro (96.5 FM) e realizado por João Oliveira(com a colaboração de José Simões Pereira e Lili Santos Luís – redactor da revista Fórum Estudante);
- "Noites de Ronda" no Radioclube de Matosinhos (91.0 FM), programa da responsabilidade de António Jorge, com emissões regulares igualmente aos domingos à noite;
- "Capa e Batina", na Rádio Renascença, produzido, realizado e editado por José Araújo – programa de âmbito mais abrangente e não exclusivamente dedicado à tuna, mas que incluía na respectiva playlist temas interpretados por tunas;
- "Passa Tunas" na Rádio Universitária do Minho (99.5 FM), a cargo do , Ivan Dias (antigo elemento da EUC);
- "Capas Negras", na Rádio Cidade de Tomar (90.50 FM), da responsabilidade de José Rosado (Tuno da Templária).
- "Hora Tunante", na Rádio Alma Lusa (Gland - Suiça), da responsabilidade do casal Nuno Simões e Lúcia Cardoso Simões.
      - "Voz Académica", na Rádio Iris(91,4 FM), embora não                               exclusivamente sobre tunas, a ela dedica grande espaço, da                         responsabilidade de Ana Ameixa e Rute Cotrim.


In Revista "FORUM ESTUDANTE", 1996,
inteiramente dedicada às Tradições Académicas.

A propósito do 1.º programa de rádio dedicado a Tunas, aqui fica o testemunho do seu autor, Ricardo Tavares:





[1] O «Noite de Tunas» foi mais tarde reeditado, com o mesmo formato, na Rádio Universitária do Minho (99.5 FM), contando com o mesmo produtor, realizador e editor do programa original, e com a colaboração de Norberto Moreira e Joaquim Mendes (ambos do Grupo de Jograis Universitários do Minho – Jogralhos). 

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Era escusado, em Bragança (ou outro sítio)



O vídeo foi originalmente publicado na página de FB da RTUB (Real Tuna Universitária de Bragança).
Encurtámo-lo, para centrar e focar o assunto em causa.


Não se percebe que uma tuna, seja ela qual for, se apresente com tunos despidos daquela maneira. Não encontramos justificação para tal, nem mesmo praxes internas.
Por maior salutar que seja a irreverência estudantil, ela deve ser feita com graça e dentro de limites, precisamente para que seja irreverência e não outra coisa qualquer menos apropriada ou menos digna.
Há exageros e exageros. Neste caso, foi exagerado exagero.


Por melhores que sejam as intenções e efusiva seja a alegria, cremos que deve haver um mínimo de decoro e urbanidade perante o público (seja ele qual for), de forma a dignificar não apenas o grupo, mas a imagem das Tunas em geral.

Fica o reparo, para devida ponderação.

A RTUB é uma tuna com já largos anos de existência e uma história que muito respeitamos, daí o reparo para este percalço que destoa.


domingo, 15 de outubro de 2017

Tunologia e Tunólogos

Existe, actualmente, um amplo conjunto de publicações sobre o fenómeno das tunas/estudantinas, que resultam de estudo e investigação assentes em metodologia rigorosa.
Há, portanto, um acervo já considerável de estudos, análises, artigos e bibliografia produzidos por diversos autores que têm, usualmente, em comum a sua vivência como tunos, que lhes serve de ponto de partida.

Apesar do objecto de estudo em causa abranger diversas áreas do saber (musicologia, sociologia, etnomusicologia, história, ou mesmo do ponto de vista literário/linguístico...), o estudo estrito do fenómeno complexo que são as tunas não está, até agora, categorizado numa dessas várias áreas.


Com efeito, a Tuna pode ser lida sob todas essas perspectivas, mas difícil se torna catalogar tal, quando estamos perante o estudo, e estudiosos, centrados exclusivamente nesse assunto.

Quando os estudos produzidos não exploram nenhuma dessas áreas em específico, mas como um todo (porque multidisciplinar), coloca-se o problema de arrumar esse tipo de estudo numa categoria já existente (quando também acaba por caber noutras, conforme o prisma utilizado).

Mas é necessária alguma formação académica específica, para se estudar a Tuna?
Os factos demonstram que não. Temos gente das mais diversas áreas de formação (médicos, engenheiros, historiadores, musicólogos, etnólogos, pessoas formadas em literatura, advocacia ...) que produziram estudos e obras sobre o fenómeno tuneril.

O que importa é que o produzido assente nas transversais normas de um trabalho científico, numa metodologia académica de rigor (ou em várias em concomitância, conforme a natureza do trabalho)  que sustente a credibilidade dos trabalhos. E, para isso, à partida, qualquer pessoa com formação académica, onde tenha adquirido competências e saberes sobre como investigar e produzir trabalhos científicos, estará habilitada a tal.

O que está ainda em falta é colocar o devido rótulo, mesmo que informal, ao estudo específico da Tuna, bem como aos que se dedicam a tal actividade.
Longe de nós pretender substituirmo-nos aos dicionaristas e filólogos, cremos, contudo, ser hora de reconhecer, sem pretensões ou presunções, quem se dedica a conhecer e a dar a conhecer a Tuna, assim como o objecto dessa dedicação. 
Se damos o nome de Tuno a quem exerce o mester de tocar e cantar numa tuna, é mais do que justo que quem, também, se dedica ao estudo da Tuna, e contribui para o seu conhecimento, promoção e preservação da sua memória colectiva, possa receber uma designação própria.

Ficam, portanto, aqui, como sugestão, 2 definições informais:

Tunologia - ciência que tem como objecto o estudo da Tuna.


Tunólogo - pessoa que se dedica à tunologia; investigador/estudioso que faz investigação sobre a Tuna e cujo o trabalho, e domínio destas matérias, é reconhecido e credibilizado como tal.














sábado, 9 de setembro de 2017

Tunas em locais de culto

Será breve este artigo.
Não é novidade que, em muitos locais de culto, se tem tornado hábito realizarem-se concertos.
Até aí, à partida, pouco ou nada a adiantar.
Contudo, conviria relembrar que esses espaços são locais de culto, os quais obedecem a regras nem sempre observadas pelos próprios párocos, ou seja à revelia do que as normas canónicas determinam.
O contexto são as igrejas e templos católicos (dominantes nos países de matriz tuneril).
As igrejas são espaços sagrados onde a música que nelas se deve ouvir deve obedecer ao propósito para a qual as mesmas existem.
Fados, tunas e outros grupos, com repertório que não seja sacro ou litúrgico não deveriam ali poder ter lugar.
As igrejas não são, há que o dizer com todas as letras, salas de concerto. A haver concertos, que sejam dentro do âmbito, adequado ao local (sem isso significar beatismos), respeitadores e alinhados com a espiritualidade que se exige.
Existem, no meio tuneril, alguns eventos que passam por apresentação num local de culto (lembro-me, assim se repente, de Múrcia, onde, do programa do Barrio del Carmen, faz parte a visita à Iglesia del Carmen). O que não entendo nem concebo, de todo, é que as tunas não apresentem, ali, um repertório litúrgico (como sucedeu diversas vezes com a minha tuna, há uns anos) e, ao invés, executem temas profanos totalmente descontextualizados do local.



Obviamente que quem, primeiro, tem responsabilidade nisso é a hierarquia eclesiástica, mas não iliba as tunas da devida ponderação e discernimento.
Recentemente, a Azeituna apresentou um concerto na Sé de Braga, gravado em CD, de temas litúrgicos. Portanto, as tunas não estão impossibilitadas de, mediante o contexto e local, adequar repertório.

Mas custa-me ainda mais assistir (nomeadamente pelos vídeos publicados na net), a tunas que se apresentam num local de culto com chapéus na cabeça.
Um desrespeito de todo o tamanho de quem não sabe sequer respeitar a etiqueta, quanto mais os bons modos.

Algumas paróquias e sacerdotes têm necessariamente repensar esta questão (respeitando o que está previsto na lei canónica e demais indicações de quem manda no assunto), tal como as nossas tunas terem mais presente a necessidade de coadunar não apenas o repertório, mas, essencialmente, a postura, a um local de culto, seja-se crente ou não.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Seja de pé ou sentada, é Tuna.

Já houve quem fosse desclassificado, off the record, por a sua 1.ª fila ter tocado sentada, decorrente da curiosa ideia de que isso era contra-natura, de que era contra a tradição.

Em Espanha, nos dias de hoje, dificilmente se concebe uma tuna (ou parte dela) tocar sentada, desde que, nomeadamente a partir do franquismo, se estilizou o paradigma da tuna a tocar de pé (que importámos aquando do boom dos anos 80, pois, até aí, a tunas apresentavam-se sentadas).

Entre nós, para alguns, será igualmente estranho (para outros mais atentos, não), porque quase caiu em desuso e muitos nunca assistiram ou observaram tal disposição (embora existam no nosso meio académico). 
Contudo, isso não significa que tenha deixado de ser válido e lícito.
Vai para 30 e poucos anos que, com o boom, veio a moda de tocar de pé, como faziam já os espanhóis, abandonando por completo o modelo até aí vigente (mas quase, já, desconhecido).
Mas apesar do facto da esmagadora maioria das nossas tunas tocarem de pé, não significa isso que seja dogma e muito menos possa ser tido como uma tradição exclusiva ou característica hermética da Tuna.


Tuna de Veteranos da Corunha (in FB da tuna)


Nada há que determine que a tuna não possa tocar sentada, fique claro.
Salvo as arruadas carnavalescas ou algum desfile (que estão na génese das estudantinas canavalescas que dão, depois, lugar às formações tuneris estáveis), desde os primórdios (séc. XIX) que as tunas davam os seus concertos sentadas, em composição orquestral. Foi sempre esse o seu DNA e paradigma (que ainda perdura, embora quase extinto no foro escolar), fruto do tipo de espectáculo (e repertório), cuja postura sentada se coadunava melhor a esse propósito.
Não há registo de, ao longo de todas essas décadas, haver qualquer menção de que só se podia tocar sentado ou só de pé.
Tocava-se sentado por razões práticas: o repertório exigia usualmente leitura de partituras ou cifras e havia um maestro à frente.
Depois passou-se a tocar de pé porque os executantes tocavam mais de ouvido, havia preponderância na execução de acordes (a acompanhar o canto) e não tanto de naipes solistas como numa orquestra (e como era a configuração das tunas em geral), para lá de exigir menos adereços em palco (cadeiras) e facilitar a actuação em espaços com menos recursos.

Tuna Académica do Liceu de Évora em 1991
(In TALE 100 história e tradições, de Adília Zacarias e Isilda Mendes, 2012)

Tuna  da Associação dos antigos tunos de Coimbra
(In blogue "Guitarra de Coimbra (Parte I)", publicação de 09 Julho de 2005)

Sessentuna, Tuna da AAOUP, 2004.
(In http://aaoup.up.pt/sessentuna.php)

TAUC em 2017
(in https://tunauc.wordpress.com/)


TDUP, 2015
(In canal do youtube da TAISEL)


Ainda hoje subsistem tunas e estudantinas (em Portugal e no estrangeiro) que há mais de 100 anos continuam a tocar sentadas.


Tuna Mouronhense, com mais de 100 anos, já.

Estudiantina Chalon, fundada em 1896 (com mais de 120 anos, portanto).
(In http://www.info-chalon.com)

Cercle Royal des Mandolinistes  - Estudiantina de Mons, Bélgica.
(in Qvid Tvnae, 2012)

Estudiantina albigeoise (Midi-Pyrénées), França, fundada em 1929.
(In http://www.ladepeche.fr/)
L'Estudiantina de Ciboure, fundada em 1912.
(In http://www.sudouest.fr)
Estudiantina Bergamo, Itália, fundada em 2009.
(In Youtube)


Portanto, seja de pé, seja sentada, seja um misto das duas posturas, nenhuma tuna é menos Tuna por qualquer uma dessas opções, ao contrário do que entenderam alguns sandeus com excesso de zelosa ignorância, há uns anos (e porventura ainda entendem alguns mais distraídos).






sexta-feira, 21 de julho de 2017

Duas Tunas lusitanas dos EUA, 1934

Conhecia-se já a existência de tuna/estudantina nos EUA, com origem em Nova Iorque, a qual visitou Portugal em 1927[1].
O artigo que abaixo se partilha fala-nos de outras duas: uma tal "Tuna Cunha" e uma outra, a "Tuna Escolar Brito Pais". Esta última, segundo a descrição, é certamente uma tuna juvenil e sabemos ser mista (como era comum ocorrer em tunas compostas por mais jovens).


Diário de Notícias, New Bedford (EUA), de 28 de Novembro de 1934, p.5








[1] COELHO, Eduardo, SILVA, Jean-Pierre, TAVARES, Ricardo, SOUSA João Paulo - QVID TVNAE? A Tuna estudantil em Portugal - Euedito, 2012, p.248.

Uma Tuna Escolar em Cabo Verde, 1925

Já Qvid Tvnae (2012) referia a existência de tunas estudantis pela diáspora portuguesa, mas aqui fica mais um dado novo sobre uma Estudantina em Cabo Verde, através de um jornal publicado nos EUA (destinado à comunidade portuguesa).

A Alvorada, New Bedford (EUA), Ano VII, N.º 1809, de 04 de Abril de 1925, p.4

Uma Estudantina em Goa, 1897

Já Qvid Tvnae (2012) referia a existência de estudantinas pela diáspora portuguesa, mas aqui fica mais um dado novo sobre uma Estudantina em Goa (ìndia)[1], através de um jornal publicado nos EUA (destinado à comunidade portuguesa).


União Portugueza. São Francisco (EUA), de 02 Dezembro 1897, p.2






[1] Capital do Estado Português da Índia a partir de 1510 e integrada no estado indiano após tomada pela armas ocorrida em 1961.


CLAVELITOS (Dame el clavel), história de um hit intemporal

"Clavelitos" é o melhor exemplo de um tema que, nada tendo a ver com o mundo académico estudantil, ficou irremediavelmente associado às Tunas quando foi incorporado no repertório das mesmas, na década de 1950 do século passado.





Valsa composta em 1949 pelo músico e compositor Genaro Monreal Lacosta (1894-1974), tem letra de Galindo Lladó ( 1904-2000) e é normalmente utilizada como tema de serenata. 
Clavel significa cravo, pelo que "clavelitos" são cravinhos, vermelhos (da cor de morango) neste caso.




Originalmente, o tema designa-se "Dame el clavel", mas vingou "clavelitos", que é usado repetidamente no refrão. Foi inicialmente adoptado pela Estudiantina de Madrid, nos anos 1950, e replicado pelas demais da capital.

É o tema mais tocado e conhecido no meio tuneril espanhol e, porventura, no mundo inteiro.

Para isso, muito contribuiu o facto de ter feito parte do disco editado pela Estudiantina de Madrid (Tuna de Distrito), "Cuando los tunos pasan", em 1958, e que se tornou um êxito instantâneo (o tema tem por solista António Albaladejo Herreros "Tano") - até porque estamos perante o 1.º disco de tunas gravado no pós guerra civil (desse disco faz parte um outro tema famoso: "La tuna pasa").
Com o tema a passar nas rádios, é fácil imaginar o alcance que tal tema logrou.






A sua primeira partitura foi publicada em 1959, em Madrid, pela editora "Momento Musical", contribuindo para a sua rápida adopção por parte de inúmeras orquestras e grupos.





Não menos importante para a sua divulgação foi o facto de fazer parte de diversas trilhas sonoras no cinema: “Escucha mi canción” (1958), onde Joselito eterniza o tema, e “La casa de la troya” (1959), entre outras, que internacionalizam o tema.






segunda-feira, 26 de junho de 2017

QVID TVNAE em Tese de universidade alemã (Musik der portugiesischen Tunas)


Musik der portugiesischen Tunas (A Música das Tunas Portuguesas)

Já não é inédito, contudo não deixa de ser gratificante para os autores portugueses do Qvid Tvnae, verem-se referidos em trabalhos académicos, especialmente no estrangeiro.

Uma tese de licenciatura na Faculdade de Letras da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt (Alemanha) de Lisa Helbig (2014), cuja sinopse pode ser encontrada clicando AQUI (a tradução automática permite, ainda assim, perceber).




Para quem domine o idioma germânico, a obra também se pode adquiri na Amazon: https://www.amazon.de/Musik-portugiesischen-Tunas-Lisa-Helbig/dp/3656894736

sábado, 24 de junho de 2017