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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Fake Reels sobre Tunas no The Portuguese Dictionary

Infelizmente, o advento das redes sociais permitiram que o idiota da aldeia pudesse ter voz e espalhasse as suas idiotices. O pior é haver quem coma gato por lebre.

Não custava assim tanto pesquisar, sobretudo perante a responsabilidade de pretender publica e credivelmente ensinar ou informar. Ora, diz o ditado que "quem não tem competência, não se estabelece!
O que é dito sobre as Tunas, por parte desta página auto-intitulada de "The Portuguese Dictionary" (presente no Instagram e FB) é mais um hino à mediocridade e com a agravante de viralizar junto de pessoas pouco avisadas.
Pois nós republicamos o vídeo com alguns comentários nossos.




domingo, 1 de dezembro de 2019

O 1.º de Dezembro e as Tunas

As celebrações do 1.º de Dezembro eram, a par com as festividades de final de ano (com saraus e récitas), as festividades mais importantes das comunidades escolares, sobretudo colégios e liceus.
A partir, principalmente, da década de 1880 em diante, temos diversas notícias dessas festividades relativas à restauração da independência organizadas pela associações estudantis e pelas instituições, tornando-se, não poucas vezes, uma forma de congregar e promover o espírito de pertença, o sentido de corporação.

As tunas dos colégios e liceus tinham nos festejos do 1.º de Dezembro um dos pontos altos da sua actividade.


A diferença das festividades do 1.º de Dezembro, nos colégios e liceus, com as demais, é que a escola saía à rua. Era festejos partilhados com a população e não apenas actividades intra-muros, restritas à comunidade escolar.

As tunas que existiam nesses colégios e liceus eram quase sempre o ponto alto das récitas organizadas e das arruadas, constituindo-se como estandarte da própria escola.

Estranhamente, no que toca aos grupos universitários, a data não colhe a mesma importância, pelo que raras ou inexistentes as festividades em que se associam as poucas tunas académicas do ensino superior (não sendo comum sequer as universidades  ou associações estudantis promoverem festejos).

Com o quase desaparecimento das tunas de colégios e liceus, as festividades do 1.º de Dezembro ficaram órfãs das tunas, sendo já poucas as que ainda procuram evocar essa data e a centenária ligação que a mesma tinha com a tuna estudantil, mantendo uma réstia de tradição.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

QVOT TVNAS - Censo de Tunas Académicas em Portugal (1983-2016)

Edição de Abril de 2019 (embora lançado apenas entre Maio/Junho), esta é uma obra pioneira no que se refere a censos de Tunas, seja a nível nacional quer mesmo a nível internacional.


Pioneira pela metodologia e rigor, mas igualmente, no caso de Portugal, porque se trata do primeiro recenseamento objectivo e exaustivo da evolução do chamado "Boom de Tunas", preenche uma lacuna que há muito precisava de resposta: conhecermo-nos melhor em termos de expressão numérica (uma ferramenta que permite olhar e compreender o fenómeno sob vários prismas) e acabar com números atirados ao calhas.










Nota: Uma pequena gralha na Nota Introdutória que refere 458 Tunas referenciadas, quando são 459.


O livro estabelece um estudo meticuloso do quando, quantas e que tipo de Tunas académicas existiram em Portugal entre 1983 e 2016.
Com 459 Tunas inventariadas (455 delas fundadas a partir de 1983), chega-se a 2016 com 284 grupos activos, tendo ficado pelo caminho 175 que, entretanto, desapareceram.
É tudo isso que se pode descobrir, passando os olhos por tabelas, gráficos e textos que contextualizam, e que possibilita perceber como aqui chegámos.

















Rigoroso e transparente, apresenta a lista de todas as tunas repertoriadas, os respectivos anos de fundação e, no caso de muitas, de extinção ou suspensão de actividade, num levantamento por cidades e regiões, bem como por tipologia (masculinas, femininas e mistas).

Um contributo para a preservação da memória e para futuros estudos sobre as Tunas académicas em Portugal, mas, também, demonstração cabal de que não basta fazer listas de tunas e chamar-lhe "Censo" (como sucede com certos "Censos Mundiais de Tunas", cuja metodologia e dados apresentados são, no mínimo, de duvidosa competência), pois não basta coligir informação tirada da net às 3 pancadas, mas saber também tratá-la, conferi-la e compará-la com fontes diversificadas, sem medo de apresentar as fontes e os dados para o leitor os poder conferir (a isso se chama honestidade, transparência e credibilidade).

Abaixo apresentamos a entrevista publicada na revista Legajos de Tuna, N.º 5 (Ano III, de Junho de 2019), pp.106-107:












quinta-feira, 25 de abril de 2019

Estudiantinas e Tunas, uma propriedade pública.


Não deixa de ser estranha a questão que se tem vindo a levantar em algumas geografias tuneris sobre a suposta pertença exclusiva de "Tuna" ao meio académico.
Com efeito, corre tinta, em abundância, sobre a teoria de que  "Tuna" é coisa exclusiva de estudantes. Mais: que é coisa exclusiva de universitários.

Por outro lado, essa mesma corrente de pensamento, acha normal que tunas que não sejam universitárias usem a denominação "estudiantina", até mesmo as que nem estudantis são.

Ora, meus caros, isso assume um paradoxo absoluto. E já o abordámos aqui, em Fevereiro passado.

Antes de mais, convenhamos que "Estudiantina" e "Tuna" são dois nomes para uma mesma realidade. São factos históricos e documentados indesmentíveis (grupos houve que, no passado, até ostentaram, concomitantemente, ambas as designações).

Paradoxo, porque se há um termo que é, pela sua natureza e origem, identificativo  e remete, directamente, para o meio académico/estudantil, é precisamente a denominação "estudiantina", a qual, originalmente, designava (e designa) grupo de estudantes e, mais tarde, os grupos musicais compostos desses mesmos estudantes.


Por que razão, então, os "puristas" admitem o uso de "Estudiantina" a grupos que podem nem ter estudantes nas suas fileiras, mas, depois, afirmam, peremptoriamente, que "Tuna" é coisa exclusivamente académica (ou, numa visão ainda mais fundamentalista, exclusivamente de foro universitário)?

Responderão que, como ainda no séc. XIX o meio popular copiou e se apropriou da designação "estudiantina", então os estudantes cambiaram para outra designação: Tuna (para identificar grupos estritamente académicos e diferenciá-los dos populares).

Só que esquecem, esses "puristas", que também a designação "Tuna" sofreu do mesmo processo, e isso desde a segunda metade do séc. XIX, ou seja, ambas as designações "Estudiantina" e "Tuna" foram, quase simultaneamente, adoptadas e apropriadas pelas classes populares. Aliás, em Portugal, por exemplo, o termo "Tuna" enraíza-se mais rapidamente do que noutros países. Com efeito, ainda o termo "Estudiantina" era vulgarmente utilizado em inícios do séc. XX, em Espanha e outros países, e já em Portugal tinha  como que desaparecido (e já só havia "Tunas").

Mas olhemos a outro aspecto deste paradoxo: sabe-se que os estudantes adoptaram o termo "Tuna" para distinguirem as suas "estudiantinas" das que eram compostas por populares ou falsos estudantes.
Adoptaram um termo que remetia directa e exclusivamente para o meio académico? Não!

O termo "Tuna" que, simplificando, designava originalmente esmola/dinheiro, está muito ligado ao que é conhecido por "correr la tuna", ou seja à vida ociosa e vagabunda de quem vivia de expedientes para se governar (arranjar sustento). 

Ora esse "correr la tuna", e as próprias pessoas a que se dava o cognome de "tunos", não era coisa exclusivamente de estudantes. A maioria nem o seria, porventura.
Claro está que nos chegam essencialmente exemplos de estudantes, dado o prestígio e o romantismo criado em torno de uma figura que gozava de privilégios e de fama, mas a verdade é que o termo "Tuna" nunca foi exclusivo do foro académico.

Portanto, quando os estudantes adoptaram o termo "Tuna", não se apropriaram de uma designação que não lhes pertencia em exclusivo? Não copiaram uma designação que em termos da filologia, não tem qualquer relação com estudantes, de algo que não tem foro  estritamente académico?

Então, por que razão temos "puristas" a reclamar "pureza de tuna"? Estamos novamente a reeditar os velhos tempos da "pureza de sangre"?
Com que legitimidade os "puristas" defendem a "Tuna" como coisa universitária, ignorando a história e património de tunas/estudiantinas com mais de um século de existência ininterrupta?

É muito estranho, para não dizer incoerente, portanto, que se defenda que "Tuna" é do universo exclusivo do meio académico (e que alguns radicais pretendem circunscrever ao meio universitário), mas se abandone o termo que, historica e significativamente é, até, o mais correcto e genuíno, para designar grupos musicais estudantis.

Não tem qualquer fundamento, nem faz qualquer sentido, com efeito.

Que importa que existam tunas populares chamadas "Tunas" (e que existem há mais tempo que qualquer tuna universitária)? 
É essa a preocupação ou não será, na verdade, o facto de haver tunas a fazerem-se passar por universitárias não o sendo? Então a questão não é o uso de "Tuna", mas de quem se disfarça daquilo que não: universitária/académica.
Por alguma razão as tunas académicas utilizam designações adicionais (de faculdade, académica, universitária, etc.) para se identificarem.

Significa que existem tunas que não são académicas, que não são universitárias, de faculdade, de distrito.... mas que são tunas, porque são grupos de cordofones.

Parece-me, a mim, muito mais inconsistente que haja estudantinas compostas por não estudantes, dado que a própria designação estudantina implica uma natureza académica, e mesmo assim, até nesse caso, basta adicionar "académica", "universitária" ou outra, para se distinguir perfeitamente a natureza do grupo e diferenciá-lo de um qualquer oriundo de outro meio.

Já a teoria de que "Tuna" é exclusivo dos universitários, e de que só deveria designar grupos universitários, é algo ridículo, porque colide com a história, com os factos documentados da existência de tunas académicas, dos mais variados níveis de ensino, desde o séc. XIX (e até hoje).

Temos pena que a história de alguns seja muito curta (ou a queiram encurtar; ou mesmo deturpar), mas o facto é que temos estudiantinas populares com mais de 100 anos ainda existentes (com essa designação encontramo-las em França, Bélgica...), assim como tunas populares ou de liceu, também elas centenárias, a atestar que há certas teorias discriminatórias que não têm pés nem cabeça.

A história das "estudiantinas/tunas" não se começou a escrever e a validar há meia dúzia de décadas. 
Tem mais de um século de património e não podem alguns ter a presunção de (re)fazer a história, escolhendo apenas o que convém, obliterando tudo aquilo que lhes puxa o tapete.
Rigor e metodologia não se apregoam, mas exemplificam-se com isenção e honestidade intelectuais.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Livro sobre a Grande Tuna Feminina de Alfredo Mântua (1907-1913).

Uma monografia documental sobre a denominada "Grande Tuna Feminina" de Alfredo Mântua (conhecido maestro que regeu igualmente a Tuna da Escola Politécnica de Lisboa), de 1907 a 1913.



Uma pequena obra que se quer contributo para a preservação da memória e da história das nossas tunas, para lá de homenagear as mulheres que fizeram, ou fazem, parte de tunas, argumentando a sua razão dentro do fenómeno tuneril.



Registam-se pequenas gralhas em algumas legendas que, contudo, não comprometem.

O preço de 8 euros é convidativo (pode encomendar, clicando AQUI), num trabalho vocacionado para quem quer saber mais sobre o fenómeno das tunas portuguesas, e da tuna feminina em particular.



Artigos já publicados sobre o livro:

A Aventura da Grande Tuna Feminina de Alfredo Mântua (Blogue "As Minhas Aventuras na Tunolândia");