Fui recentemente alertado
para um tema que, apresentado como original de uma tuna, afinal, não
é assim tão original.
Trata-se do designado tema
"Lágrimas do Tejo",
apresentado e interpretado pela Scalabituna como sendo original seu e que, na verdade, não é.
Aqui está ele:
Ora, na verdade a melodia em causa, ou parte substancial da mesma, é correspondente (copiada,
portanto) ao 2.º andamento da obra "Os Pássaros do Brasil" de Kees Vlak (obra tripartida que engloba "Pássaros Coloridos", "Pomba Triste" e "os Pássaros de Carnaval").
Pegar num tema e meter-lhe uma outra letra não
transforma a coisa num original. Conviria informarem-se da lei, pois, para
todos os efeitos, estão a infringi-la. Direitos de autor são coisa séria.
Afirmar, como o fazem no seu site, que, e passo a
citar, "É assim que surgem, por exemplo, temas como o original “Lágrimas do
Tejo” [1] é algo
não apenas falso, como lamentável.
Pior ainda, quando essa tuna foi já avisada disso
e prefere inventar argumentos sem nexo, pretendendo que meter uma letra num
tema alheio (e acrescentar-lhe outras partes) o transforma em propriedade nossa, passando a ser um original. É
falta de senso, de seriedade...........
Não, a melodia não é semelhante, é igual. Trata-se, por isso, de uma versão, de um cover adaptado, mas adaptações não constituem original.
Pretender que se obteve o tema numa digressão ao Brasil (recordamos que é tema composto por um holandês, Kees Vlak, um compositor dos países baixos, falecido recentemente - 1938-2014), não isenta um facto essencial: há importação, cópia portanto.
O tema
original está aqui, bastando situarem-se no minuto 4:07 (2.º andamento) do
seguinte vídeo (que até podem pôr a tocar ao mesmo tempo que o anterior vídeo):
Plágio
significa copiar ou assinar, uma obra alheia, na sua totalidade ou partes da mesma, sem autorização expressa por parte do autor, alegando que é da sua
própria autoria. Plágio é crime, convém lembrar.
Deste
modo, mesmo que apenas uma parte do tema seja copiado e o resto criado, não
deixamos de estar perante plágio, pelo que incompatível com a ideia de ser um
"original", que não é.
É como escrever um qualquer texto e, pelo meio, ter lá algumas frases copiadas sem referência.
Tudo quanto é copiado sem referência é plágio e um trabalho deixa de poder ser considerado como original.
É como escrever um qualquer texto e, pelo meio, ter lá algumas frases copiadas sem referência.
Tudo quanto é copiado sem referência é plágio e um trabalho deixa de poder ser considerado como original.
Uma
tuna deve saber respeitar, para se dar ao respeito.
Fica
o reparo.
EPÍLOGO
Após
a Tuna em questão ter conhecimento deste artigo, postado no FB
"Tunas&Tunos", foi possível obter resposta dos elementos da
Scalabituna quanto a esta questão.
Desde
já saudar os mesmos pela abertura demonstrada.
Ficou
assente o seguinte:
1.º
A resposta dada em nome da Scalabituna à interpelação do José Duarte não
reflectia, efectivamente, a posição oficial da Tuna.
2.º
A Scalabituna, reconhecendo o lapso, já rectificou o que constava do seu site.
3.º Reconhece a Scalabituna que, de facto, parte do tema é importado, pelo que não como original seu.
Ficam
desfeitos os equívocos e com muito gosto se regista que é uma Tuna que, perante
o reparo, sabe mostrar-se digna e com "fair-play".
Da
minha parte, tenho a dizer com muito gosto que se há tunas que não respeitam
para serem respeitadas, a Scalabituna mostrou, neste caso, uma atitude
respeitável e honesta.
Peço, da minha parte, desculpa por quaisquer transtornos ou eventual ideia de ter isto constituído um ataque gratuito, que não foi.
[1] in site da Scalabituna: http://www.scalabituna.pt/wp35/a-musica-da-scalabituna/
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