Uma
breve reflexão.
Parece-me,
e sublinho, que, no que toca a temas originais de tunas, temos uma natural, e
compreensível, tendência em darmos maior primazia à parte melódica, à música portanto (arranjos, harmonias....), relegando, muitas vezes, creio, a outra componente
dos temas: a letra, para segundo plano.
O
que dizer dos temas originais sob a o prisma literário, que não apenas no
esquema rimático?
Será
possível produzir uma qualquer constatação entre épocas?
Será possível tecer algum considerando sobre isso, com conhecimento mais ou menos aprofundado daquilo que as nossas tunas produziram, e produzem, em termos de originais?
Será possível tecer algum considerando sobre isso, com conhecimento mais ou menos aprofundado daquilo que as nossas tunas produziram, e produzem, em termos de originais?
Verifica-se,
como sucede na parte musical, uma evolução e melhoria (genérica, que não geral)
no que concerne à qualidade poética das letras?
É
verdade que, quando ao vivo, nem sempre se consegue captar a letra no seu todo
(ritmo acelerado, dicção, som e produção de volumes....), ficando muito mais no ouvido a melodia.
Mas
quando pegamos apenas nas letras, sem música, que fica da sua análise mais
criteriosa?
Será
que esse aspecto é levado em linha de conta nos certames, por exemplo? Ficam os
jurados com uma ideia precisa de letra dos temas (originais) que ouviram?
Eu
respondo: não (até porque é coisa que não é facultada aos mesmos - o que até inquina a coisa, de certa maneira, quando há prémios para melhor original); e salvo um
ou outro tema original que até já conheçam (porque o já ouviram noutras
ocasiões), uma vez mais se sobrepõe o todo, com preponderância da música.
Não
tenho dado regular atenção a esse aspecto, embora seja assunto muitas vezes
recorrente nas minhas reflexões pessoais ou quando me ponho a ouvir um novo CD que adquiri.
Já
me vi a ler as letras de originais em alguns cancioneiros (ainda acessíveis
online ou, então, constantes nos libretos das edições discográficas) e realizo
que é algo que está por explorar (em termos de análise).
Porque, em verdade, se parece algo pacífico, mesmo que não científico, que temos uma ideia da evolução da qualidade musical das tunas (para melhor, pior, o que seja, conforme as épocas), já o mesmo não é líquido em termos literários.
Não
vou fugir à resposta: encontrei de tudo, mas são os bons poemas (per si, sem
música), muito mais escassos do que seria de esperar - são até a excepção,
diga-se, a meu ver, entre os sofríveis, alguns razoáveis e os excessivos medíocres.
Não
terminarei sem dizer que, em termos puramente literários, é na Infantuna de
Viseu que encontro mais originais com chancela de qualidade, em termos
estritamente poéticos.
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