terça-feira, 2 de julho de 2013

Panegírico a António Vicente



ANTONIO JOSE JACINTO POCINHO VICENTE

É, sem qualquer sombra de dúvida, uma das figuras mais proeminentes do fenómeno tunante , nomeadamente da sua primeira década, desde o "boom tunante" ocorrido nos anos 80 do século passado.

Jurista de profissão, é na guitarra, no fado/canção de Coimbra que encontra o seu alfobre, no qual espelha todo o seu virtuosismo lírico e poético, compondo temas de ímpar beleza que podemos deleitar-nos a ouvir nos vários trabalhos editados no âmbito do prestigiado grupo Toada Coimbrã (a que já fiz referência neste blogue).

Se nele reconhecemos, nomeadamente nestes últimos 25 anos um dos expoentes maiores do fado de Coimbra (como autor/compositor), é no âmbito tunante que o seu nome é projectado exponencialmente.

António Vicente é um dos fundadores da E.U.C., cujos temas, constantes no seu CD "Estudantina Passa", correm o imaginário tunante nacional, foram precursores e impulsionadores do boom das tunas, servindo de modelo musical para muito do que se viria a fazer posteriormente.

Muitos dos temas (a esmagadora maioria) saíram da sua inesgotável inspiração e capacidade criativa (só ao alcance de um "fora de série"), tendo feito parte, em determinada altura, do repertório de quase todoas as tunas, senão todas, do país, e não só. Quem nunca tocou o Afonso, Assim mesmo é que é (a "Rapariga"), Nostalgia, entre outros?


Mas se os temas do primeiro trabalho discográfico da Estudantina de Coimbra são património histórico das tunas, não é menos verdade que o seu 2º CD, "Canto da Noite", também popularizou outros tantos temas, onde o nome António Vicente aparece incontornavelmente (como o caso da Tentação, para só citar um).

Pessoa afável e simples, de uma alegria e boa disposição sui generis, tem nos seu cabelos já mais brancos que grisalhos o testemunho de muitas histórias que dariam, certamente, muitos argumentos para uma redacção auto-biográfica (fica o desafio).
Quem o pôde ouvir no IV ENT de Viseu, certamente que terá gostado do seu modo denotativo, claro e objectivo de percepcionar a Tuna, algo que os "adeptos das modernices tunantes" terão, em breve, oportunidade de reflectir nas actas desse congresso (que estão, segundo sei, quase a chegar-nos às mãos).

Nós, por cá, continuamos a estimar o legado e património que nos vai deixando, gratos por tudo quanto tem dado à arte e à música estudantil.

António Vicente é um dos grandes da galeria de ilustres tunos da nossa praça, com uma obra que perdurará, com certeza, para além das nossas breves existências.


Eis, aqui, apenas alguns temas (pois são muitos mais) da sua autoria:


AFONSO
AGUAS DO DAO
AMOR A COIMBRA
ASSIM MESMO E QUE E
BALADA DA DESPEDIDA RECITA DE QUINTANIST
BALADA DE MAIO
BALADA DESPEDIDA DO 5 ANO JURIDICO 1990
BOEMIA
CANTAR AO DESAFIO
DEDICACAO
ESTUDANTINA PASSA
FADO DO ADEUS (PENEDO)
FEIRA DE SAO MATEUS
NOSTALGIA
NOSTALGIA



Obrigado Vicente por tudo quanto deste e, pelo teu exemplo, nos fizeste dar.

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