Dia 18 de Setembro marca o arranque, nos Estúdios da RTP Porto, de uma das mais icónicas e duradouras emissões televisas em Portugal, a Praça da Alegria (emitida no horário nobre da manhã)
Uma emissão que muito diz à
comunidade tuneril portuguesa que, há que o dizer, tanto deve à Praça da
Alegria a projecção do fenómeno e a possibilidade das nossas tunas se darem a conhecer na
televisão (a maioria fazendo, aí, a sua primeira - e por vezes única -
aparição).
História do Porgrama
O programa começou, portanto, em 1995, sob
batuta de Manuel Luís Goucha e Anabela
Mota Ribeiro (esta última rapidamente substituída, no ano seguinte, por Sónia
Araújo). Mais tarde, em 2002, Jorge Gabriel substitui Luís Goucha para, em 2013,
o programa ser transferido para Lisboa, com João Baião e Tânia Ribas de Oliveira
à frente do programa (esta última a ficar sozinha na apresentação, a partir do
ano seguinte). Um ano depois, em 2014, o programa é substituído pelo "Agora Nós".
Após quase 1 ano de
interregno, reaparece a Praça da Alegria, novamente no Porto, com apresentação
de Jorge Gabriel e Sónia Araújo (de regresso), o qual perdura até aos dias de hoje.
Importância para o mundo tuneril
A Praça da Alegria e Manuel Luís Goucha são um marco na história tunante portuguesa. Nos seus primeiros anos, poucos terão sido os dias sem que uma tuna se apresentasse no programa; e essa publicidade, essa difusão que a Praça da Alegria permitiu, foi decisiva no processo de consolidação do chamado "2.º boom de tunas", traduzido no programa Effe-Erre-Yá" (1995) [1], com apresentação do próprio Manuel Luís Goucha[2].
Na Praça, as tunas não apenas tocavam, mas muitas vezes eram entrevistadas, permitindo entreabrir um pouco mais esse mundo "novo" que o programa dava a conhecer ao grande público. O funcionamento, as particularidades, a história e cada grupo iam, assim, constituindo pinceladas com que também se pintava a imagem tunantesca (a contrastar com a outra, menos abonatória, de excessos que quase sempre se constituía reverso da medalha).
E passaram 30 anos sobre a
1.ª emissão. “O tempo passa”, dizemos nós com alguma nostalgia, pois devem ser
poucas as tunas que não tenham, a determinada altura, pisado o palco de tão
memorável programa televisivo. Parabéns, Praça da Alegria!
“Nunca tantos deveram a tão
poucos”[3] é uma frase famosa que poderia
perfeitamente aplicar-se neste caso.
É verdade que, na
actualidade (e desde há uns anos a esta parte), as tunas quase desapareceram do
programa, mas não é menos verdade que a comunidade tuneril portuguesa tem uma dívida
de gratidão; uma gratidão que não pode ser menorizada e que cabe aos mais
velhos testemunhar junto das gerações mais novas, porque parte do legado que nos
cabe promover e preservar.
[1] TAVARES, Ricardo
- A Aventura do "Effe-Erre-Yá”, artigo [Em
linha] de 25-01-2008 e A Aventura do 60 Anos, artigo [Em
linha] de 2310-2019. Blogue As Minhas Aventuras na Tunolândia.
[2] COELHO,
Eduardo, SILVA, Jean-Pierre, TAVARES, Ricardo, SOUSA, João Paulo - QVID TUNAE? A Tuna Estudantil em Portugal.
CoSaGaPe, 2011-12, p. 279.
[3] Frase que foi
parte do discurso que Winston Churchill proferiu na Câmara dos Comuns, a 20 de
Agosto de 1940, evocando a bravura dos pilotos da RAF durante a Batalha de
Inglaterra.
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