quinta-feira, 18 de setembro de 2025

A Tuna e os 30 Anos da Praça da Alegria

Dia 18 de Setembro marca o arranque, nos Estúdios da RTP Porto, de uma das mais icónicas e duradouras emissões televisas em Portugal, a Praça da Alegria (emitida no horário nobre da manhã)

Uma emissão que muito diz à comunidade tuneril portuguesa que, há que o dizer, tanto deve à Praça da Alegria a projecção do fenómeno e a possibilidade das nossas tunas se darem a conhecer na televisão (a maioria fazendo, aí, a sua primeira - e por vezes única - aparição).

História do Porgrama

O programa começou, portanto, em 1995, sob batuta de  Manuel Luís Goucha e Anabela Mota Ribeiro (esta última rapidamente substituída, no ano seguinte, por Sónia Araújo). Mais tarde, em 2002, Jorge Gabriel substitui Luís Goucha para, em 2013, o programa ser transferido para Lisboa, com João Baião e Tânia Ribas de Oliveira à frente do programa (esta última a ficar sozinha na apresentação, a partir do ano seguinte). Um ano depois, em 2014, o programa é  substituído pelo "Agora Nós".

Após quase 1 ano de interregno, reaparece a Praça da Alegria, novamente no Porto, com apresentação de Jorge Gabriel e Sónia Araújo (de regresso), o qual perdura até aos dias de hoje.

Importância para o mundo tuneril

A Praça da Alegria e Manuel Luís Goucha são um marco na história tunante portuguesa. Nos seus primeiros anos, poucos terão sido os dias sem que uma tuna se apresentasse no programa; e essa publicidade, essa difusão que a Praça da Alegria permitiu, foi decisiva no processo de consolidação do chamado "2.º boom de tunas", traduzido no programa Effe-Erre-Yá" (1995) [1], com apresentação do próprio Manuel Luís Goucha[2].

Na Praça, as tunas não apenas tocavam, mas muitas vezes eram entrevistadas, permitindo entreabrir um pouco mais esse mundo "novo" que o programa dava a conhecer ao grande público. O funcionamento, as particularidades, a história e cada grupo iam, assim, constituindo pinceladas com que também se pintava a imagem tunantesca (a contrastar com a outra, menos abonatória, de excessos que quase sempre se constituía reverso da medalha).



Balanço


E passaram 30 anos sobre a 1.ª emissão. “O tempo passa”, dizemos nós com alguma nostalgia, pois devem ser poucas as tunas que não tenham, a determinada altura, pisado o palco de tão memorável programa televisivo. Parabéns, Praça da Alegria!

“Nunca tantos deveram a tão poucos”[3] é uma frase famosa que poderia perfeitamente aplicar-se neste caso.

É verdade que, na actualidade (e desde há uns anos a esta parte), as tunas quase desapareceram do programa, mas não é menos verdade que a comunidade tuneril portuguesa tem uma dívida de gratidão; uma gratidão que não pode ser menorizada e que cabe aos mais velhos testemunhar junto das gerações mais novas, porque parte do legado que nos cabe promover e preservar.



[1] TAVARES, Ricardo - A Aventura do "Effe-Erre-Yá”, artigo [Em linha] de 25-01-2008 e A Aventura do 60 Anos, artigo [Em linha] de 2310-2019. Blogue As Minhas Aventuras na Tunolândia.

[2] COELHO, Eduardo, SILVA, Jean-Pierre, TAVARES, Ricardo, SOUSA, João Paulo - QVID TUNAE? A Tuna Estudantil em Portugal. CoSaGaPe, 2011-12, p. 279.

[3] Frase que foi parte do discurso que Winston Churchill proferiu na Câmara dos Comuns, a 20 de Agosto de 1940, evocando a bravura dos pilotos da RAF durante a Batalha de Inglaterra.

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