Falar de 2023 em termos tunantes é, uma
vez mais e grosso modo, “vira o disco e toca o mesmo”, tendo em conta
que a esmagadora maioria da actividade registada se resume a festivais e a “dar
de comer” às respetivas páginas virtuais.
Ainda assim, houve algumas novidades e
efemérides que merecem destaque e constituem, portanto, uma pedrada no “mais do
mesmo” a que parece votada uma
comunidade que pouco ou nada aprendeu/aproveitou da experiência da pandemia,
tão pouco habituada está a pensar e a
pensar-se em rede[1].
Eis alguns desses momentos:
O grande destaque é necessariamente dado
ao 20.º aniversário do PortugalTunas, o qual estreou um novo layout e comemorou essa data,
em Fevereiro, com um animado jantar em Braga.
Nesse mês, ainda, uma nota pata a Tuna Mouronhense que lança o seu CD “Viva Mouronho”.
Em Março, é lançado o livro A Estudiantina Fígaro em Portugal (1878) e no Brasil
(1885 e 1888), um obra de
investigação, de acesso gratuito, com dezenas de imagens e mais de 100 páginas
que nos contam a fundação e estreia da Estudiantina Fígaro em Portugal e
as suas visitas, anos mais tarde, ao Brasil.
Em Junho, estreia-se a Tuna Antiga Vimaranense, durante o II Encontro Ibero-Americano de Tunas Académicas.
Em Setembro, tiveram lugar, em Guimarães, as Jornadas Culturais integradas na II Convenção Mundial TUDI, iniciativa meritória, mais pelo convívio proporcionado do que pelo sumo das tertúlias organizadas.
Em final de Outubro, cumpriram-se 20 anos sobre a realização do I ENT (Encontro Nacional de Tunantes - como era então designado), realizado em Évora, com organização da TAUÉ. Uma iniciativa cuja última edição remonta a 2013 (há 10 anos, portanto), quando teve lugar em Vila Real, e que deixa a preocupante e cada vez mais certeza do alheamento e um certo acomodar à mediocridade da iliteracia tuneril.
Em Novembro, a TUNAFE - Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Porto lança o seu 3.º disco, “As Muitas Que Sou”.
Em Dezembro, para além das novas
entradas no MFT (Museu Fonográfico Tuneril) assinalou-se
o 30.º aniversário a TAUA - Tuna Académica da
Universidade dos Açores, a qual
lançou um livro evocativo da sua história.
Também nesse mês a Estudantina Académica de Castelo Branco lançava, no spotify, o seu albúm “FITU”, sendo de registar não existir, infelizmente, uma versão física em CD.
Ainda uma nota à participação de diversas tunas no programa "Estrelas ao Sábado", na RTP1, e que mereceria alguma reflexão, face à medíocre qualidade que por lá se tem visto.
Anda a dança ao sabor de quem toca e a cigarra segue feliz.
Bom ano de 2024!
[1] A pouca participação
no grupo de FB Tunas&Tunos
ou a incapacidade de dar relevo à organização de um novo ENT (Encontro Nacional de Tunos) é disso um
sintoma claro.