segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Grafia tunante - A letra dos temas nas tunas



Serve o presente artigo para uma pequena reflexão, à consignação da organização e jurados dos nossos certames.
Num festival tudo se tenta avaliar, com parâmetros para a musicalidade, afinação, colocação da voz, harmonia, instrumental, pandeiretas, bandeira.......e por aí adiante.
Pois.......... mas onde está uma avaliação criteriosa das letras que são cantadas, neste caso dos temas inéditos, dos originais das tunas?

Reparem que não existe regulamento algum que peça, antecipadamente, às tunas para entregarem as letras dos temas, de modo a poderem ser, também elas, alvo de avaliação por parte dos júri; algo que merecia, quanto a mim, um maior cuidado, entrando esse aspecto nas contas.
Não estou a defender a criação de um novo prémio (mesmo se, em rigor, faz tanto sentido quanto os demais), mas o facto é que um tema é tanto mais rico e melhor quanto mais harmoniosa a simbiose entre letra e música.
Quantos temas não são mediócres do ponto de vista literário, apesar de bem urdidos musicalmente? Quantas vezes o contrário também não sucede?
Mas atenta o júri à composição literária dos temas? Tem ele (o júri) esse cuidado, com acesso às letras (elas que, por vezes, não são assim tão fáceis de perceber ao vivo, in loco)?
Temo que não, estou seguro que não (mesmo que digam o contrário na desculpa que ouvem o conjunto).

Temos composições de altíssima qualidade, do ponto de vista poético que, lamentavelmente, não são reconhecidos nesse apartado, em detrimento de mediocridades que são elevadas à categoria de ícones musicais mais pela moldura do que pelo conteúdo.

Fica a reflexão.

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