
A sua fundação está registada nas crónicas tunantes e reza assim:
"Aos 8 de Janeiro do ano da graça do senhor de 1999, 9 convivas tunos reunidos em opíparo repasto em Terras do Sousa, com o Douro a dois passos, sentiram ser mister instituir a antiga, mui nobre, sempre leal e invicta Tuna Veterana do Porto, e se assim o pensaram, melhor o fizeram... tudo devidamente regado e cachimbado".

Grupo para-académico-revivalista, nas palavras dos mesmos, ele não é nada menos que o feliz reencontro da nata tunante e académica dos que, em determinada altura das suas vidas, tiveram em comum a aventura orfeonista no consagrado OUP.
Contando uma boa quarentena de elementos (salvo erro), tem sido como que um farol que, no tempo, encerra em si toda a mística e património de uma idade, uma geração e um tempo únicos na academia e cultura portuense. Carregam, de forma tangível, um acervo e espólio vivencial que é exemplo para as actuais gerações.

Integra a Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto e tem espalhado a sua arte nos corações do aficionados.
Encontramos, nas suas fileira, muitos dos "cozinheiros" que, em 1987, nos serviram o I FITU cidade do Porto, hoje com mais de vinte edições (o mais antigo certame/festival de tunas em Portugal), bem como consagrados compositores, poetas e académicos que marcaram gerações e cuja obra perdura no imaginário colectivo, elegendo, a título de exemplo, o tema "Ondas do Douro", para ilustrar esse legado.
A Tuna Veterana do Porto é a magia do passado que se balança em prolepse, igrejos avós que vão deixando o perfume do seu talento e exemplo, como que impulsionando os mais novos a feitos iguais, ou ainda mais gloriosos.
Esta "cambada de resistentes", este recrutamento de "reumáticos" é a mostra que ser Tuno não tem idade, antes pelo contrário. Chegados a esta fase, estes alegres comparsas e companheiros de viagens, vivem agora a maturidade tunante, a verdadeira noção plena de ser-se Tuno, sem pressões competitivas ou outras prioridades do que folgar, conviver e fazer da música a genuina expressão dessa condição.

Nunca tive o privilégio de estar na presença do grupo, mas tenho o prazer e a honra de conhecer um ou outro dos seus ilustres componentes, com especial destaque para o Dr. Eduardo Coelho (que com o Maestro António Sérgio Ferreira, dirige artisticamente o grupo), um mestre, um amigo e companheiro de viagem.
A Tuna Veterana do Porto é, sem qualquer sombra de dúvida, um vintage de excelência, um daqueles néctares que fazem parte daquela reserva preciosa que só abrimos em raras e criteriosas ocasiões festivas.
Endereço os meus votos de continuação de muitos sucessos e o meu reconhecimento por tudo quanto deram, e continuam a dar, ao negro magistério.
Valete Goliardus!
