terça-feira, 2 de julho de 2013

Receurdos tunantes de Aveiro

Já lá vão uns anos que deixámos de ouvir falar da "Tunga" e da "Rial", ambas tunas que, no início dos anos 90, surgiram em Aveiro - primeira manifestação tunante no dealbar do "boom".
Lembro-me perfeitamente das mesmas, tendo tido o privilégio de, na época, ter pisado o mesmo palco que a Tunga.
Digo privilégio, pois é uma oportunidade que já não é possível, dado terem, ambas, desaparecido para darem lugar, por fusão das duas colectividades, à actual Tuna Universitária de Aveiro, herdeira da história tunante da academia aveirense.
Como eu, muitos se recordarão destas duas extintas tunas o que não deixa de ser uma experiência única e irrepetível, mesmo que do ponto de vista meramente  histórico.

Encontrei estes videos no youtube que constituem, obviamente, uma peça histórica do nosso passado tunante, especialmente da academia dos "Ovos Moles" (que, desde já, congratulo pelo facto de tão insígne e delicioso produto, ter obtido certificado de protecção europeia, depois de 10 anos de espera).
Ñada encontrei da Rial Tuna de Aveiro, mas seria importante que quem detivesse filmagens as disponibilizasse (fica o pedido).



Panegírico a António Vicente



ANTONIO JOSE JACINTO POCINHO VICENTE

É, sem qualquer sombra de dúvida, uma das figuras mais proeminentes do fenómeno tunante , nomeadamente da sua primeira década, desde o "boom tunante" ocorrido nos anos 80 do século passado.

Jurista de profissão, é na guitarra, no fado/canção de Coimbra que encontra o seu alfobre, no qual espelha todo o seu virtuosismo lírico e poético, compondo temas de ímpar beleza que podemos deleitar-nos a ouvir nos vários trabalhos editados no âmbito do prestigiado grupo Toada Coimbrã (a que já fiz referência neste blogue).

Se nele reconhecemos, nomeadamente nestes últimos 25 anos um dos expoentes maiores do fado de Coimbra (como autor/compositor), é no âmbito tunante que o seu nome é projectado exponencialmente.

António Vicente é um dos fundadores da E.U.C., cujos temas, constantes no seu CD "Estudantina Passa", correm o imaginário tunante nacional, foram precursores e impulsionadores do boom das tunas, servindo de modelo musical para muito do que se viria a fazer posteriormente.

Muitos dos temas (a esmagadora maioria) saíram da sua inesgotável inspiração e capacidade criativa (só ao alcance de um "fora de série"), tendo feito parte, em determinada altura, do repertório de quase todoas as tunas, senão todas, do país, e não só. Quem nunca tocou o Afonso, Assim mesmo é que é (a "Rapariga"), Nostalgia, entre outros?


Mas se os temas do primeiro trabalho discográfico da Estudantina de Coimbra são património histórico das tunas, não é menos verdade que o seu 2º CD, "Canto da Noite", também popularizou outros tantos temas, onde o nome António Vicente aparece incontornavelmente (como o caso da Tentação, para só citar um).

Pessoa afável e simples, de uma alegria e boa disposição sui generis, tem nos seu cabelos já mais brancos que grisalhos o testemunho de muitas histórias que dariam, certamente, muitos argumentos para uma redacção auto-biográfica (fica o desafio).
Quem o pôde ouvir no IV ENT de Viseu, certamente que terá gostado do seu modo denotativo, claro e objectivo de percepcionar a Tuna, algo que os "adeptos das modernices tunantes" terão, em breve, oportunidade de reflectir nas actas desse congresso (que estão, segundo sei, quase a chegar-nos às mãos).

Nós, por cá, continuamos a estimar o legado e património que nos vai deixando, gratos por tudo quanto tem dado à arte e à música estudantil.

António Vicente é um dos grandes da galeria de ilustres tunos da nossa praça, com uma obra que perdurará, com certeza, para além das nossas breves existências.


Eis, aqui, apenas alguns temas (pois são muitos mais) da sua autoria:


AFONSO
AGUAS DO DAO
AMOR A COIMBRA
ASSIM MESMO E QUE E
BALADA DA DESPEDIDA RECITA DE QUINTANIST
BALADA DE MAIO
BALADA DESPEDIDA DO 5 ANO JURIDICO 1990
BOEMIA
CANTAR AO DESAFIO
DEDICACAO
ESTUDANTINA PASSA
FADO DO ADEUS (PENEDO)
FEIRA DE SAO MATEUS
NOSTALGIA
NOSTALGIA



Obrigado Vicente por tudo quanto deste e, pelo teu exemplo, nos fizeste dar.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

De Tuna (des)trajadas



Carece de grandes comentários ou adjectivações, por isso escuso de gastar mil palavras.
E quem quiser gastar algumas, pode sempre fazé-lo no grupo do FB "Tunas&Tunos", onde disso se fala igualmente.

Uma tuna que apresenta em palco, como porta estandarte (ou quejandos), uma menina, literalmente à futrica, de calças de ganga pretas (ainda por cima esburacadas, como parece ser "moda") e ténis, poderá ser, no mínimo......."estranho". Nem vale a pena, pro isso, falar de calças de ganga azul e mais pares de ténis..........

Mas tunas há, como parece ser aqui o caso, onde a indumentária parece dispensar quaisquer cuidados ou atenção àquilo que, genericamente, é tido como próprio da etiqueta tunante (é ver do lado esquerdo uma moça de calças de ganga azul e outra, do lado direito da imagem que, para além disso, usa uma t-shirt branca, tudo rematado com uns óculos cor-de-rosa, tamanho XXL (uma outra, também à futrica, embora com um simularo de xaile ou opa pelas costas, tem uns de cor verde.


Um pouco mais de brio e rigor na imagem, no trajar enquanto Tuna, diríamos nós, só beneficiaria a imagem da Tuna, o respeito pela comunidade e tradição Tunante, e a beleza das moças - que o traje igual em todas e correctamente envergado faria sobressair ainda mais.


In Revista Vidas, p. 49, suplemento do  Correio da Manhã, 
Semana de 11 a 17 Maio 2013.


in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=590660484297639&set=a.590660050964349.1073741826.100000610772581&type=1&theater

sexta-feira, 8 de março de 2013

20 anos de TUIST em livro








Marquei presença, ontem, na apresentação oficial da fotobiografia da TUIST, no salão nobre do IST, com presença dos mais altos dignitários docentes e discentes daquela instituição, numerosos alunos, familiares e amigos e muitos antigos tunos´.

Entre canções e discursos da praxe, cumpriu-se mais das várias iniciativas que marcam as comemorações dos 20 anos da TUIST.

Voltar a ouvir velhos êxitos foi digno de nota, aguardando-se, agora, com expectativa, o tão ansiado CD e DVD que deverá estar cá fora este mês.

Aqui ficam alguns clichés:



O autor do projecto (Faustino)

O mentor da iniciativa (Vasco da Câmara Pereira)






Parabéns à TUIST pela iniciativa.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Passa la tuna rondando - Reportagem

Eis uma reportagem video, com imagens de tunos ali pelos anos 70-80, que dá a conhecer a Tuna de uma forma muitíssimo bem conseguida (pese embora o exagero de se falar em "milenar tradição").
Salvo erro, a primeira personagem do vídeo, a que aparece no púlpito, é DEmilio de la Cruz Aguilar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Estampa da Tuna Compostelana no Porto, 1888

 Investigação pessoal no âmbito do CoSaGaPe.

Tuna Compostelana no Porto
 (Revista Pontos nos iis, Ano IV, 19 Fevereiro 1888, p. 145)

Tuna Compostelana no Porto, 1888
(Occidente – Revista Illustrada de Portugal e do Extrangeiro,
11º Anno, Vol. XI, N.º 331, de 01 Março, p.1)

Tuna Compostelana no Porto (Foto Moderna), 1888
(1º página da Revista Occidente, 11º Ano, Vol. XI de 1 de Março).



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

100 anos da TALE...em livro


Lançado a 1 de Dezembro (2012), precisamente numa data emblemática para as tunas de liceu, o livro "Tuna Académica do Liceu de Évora, 100 Anos de história e tradição", é um trabalho da lavra de Adília Zacarias e Isilda Mourato Mendes que, em 176 páginas, nos transporta à aventura de revivermos o que foi o passado da TALE que se confunde, muitas vezes, como próprio passado do Liceu André de Gouveia (Liceu Nacional de Évora) e da sua profusa actividade estudantil.

Um trabalho meritório que palmilhou o fundo histórico da Tuna e arquivo do Liceu, bem como as fontes locais para, de forma bem organizada e visualmente atractiva, nos contar do nascimento e evolução da mais antiga tuna de liceu em actividade, nas suas mais diversas facetas.
Aliás, merece especial destaque a organização dos capítulos e o cuidado na distribuição estética das imagens, quadros e demais iconografia, tornando o exercíco da leitura num deleite para a mente e os olhos.
O bom gosto na capa e a qualidade da impressão  são outros pormaiores a elogiar.

Um dos pormenores curiosos é que o trabalho revela que a Tuna tem antecedentes que são bem anteriores à data que é oficialmente tida como a da formal fundação da TALE. E embora a tuna não o faça, a verdade é que desde 1894 que é repertoriada a existência de Estudantina/Tuna formada por liceais, pese embora, e dentro do que o "QVID TVUNAE" já revelara", serem formações voláteis, sem carácter institucional formal.

Esta edição evocativa dos 100 anos da Tuna releva de um trabalho fastidioso e sério, pois que se difícil é a investigação, não o é menos a organização dos dados, de modo a que chegue ao leitor algo suficientemente leve para não o fazer desistir à 10ª página, mas suficientemente bem documentado e organizado para fazer, igualmente, as delícias do leitor mais exigente.

Um livro que se recomenda vivamente, quer aos que, de alguma forma, estiveram, ou estão, ligados à TALE, quer aos que têm curiosidade e gostam de saber algo mais sobre o fenómeno tunante.

Parabèns à TALE e às autoras por este magnífico trabalho, de que aqui se expõem alguns clichés:















Para quem pretende adquirir um exemplar do livro, bastatrá dirigir-se à Escola Secundária André de Gouveia ou então à Papelaria Nazareth de Évora.
No caso de quem não é de Évora, recomenda-se que contactem a  própria tuna:



http://www.tae.pt (http://www.tae.pt/contactos/) ou  contacto@tae.pt

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Sites que teorizam as origens das tunas.

Pode parecer mentira, mas é verdade que ainda encontramos diversos de sites/blogues de Tunas que continuam a espalhar falsidades e mitos sobre o fenómeno Tunante, prestando não apenas um péssimo serviço, mas dando uma imagem de ausência de rigor e qualidade científica da parte de quem tinha, e tem, a obrigação de saber daquilo que pratica, e que tão mal fica em quem cursa estudos superiores, diga-se.
E se não pomos em dúvida a boa intenção de quem subsidiou tais textos, o facto é que acabou por induzir muita gente em erro ao longo dos anos.

Alguns exemplos desses sites e páginas:


Tuna Académica do ISAG (Porto): http://tunadoisag.webnode.pt/

Tu Na D'Estes (Coimbra): http://tunadestes.no.sapo.pt/tuna%20no%20lestes.htm

Tuna Académica da Fac.Economia do Porto: http://webapps.fep.up.pt/tafep/site2/index.php?option=com_content&view=article&id=18&Itemid=14

Estatuna (Abrantes): http://www.estatuna.ipt.pt/default.asp?n=30&s=1&t=1

Tuna Económicas (Lisboa): http://www.tuna-economicas.com/ (clicar em "+" e, depois, o item "história das tunas")

Tuna Feminina da Univ. Fernando Pessoa (Porto): http://tfufp.ufp.pt/historial.htm

T.A.U.C.: http://193.137.201.176/postnuke/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=24


Não é por falta nem de aviso (já muito sobre isso se falou diversas vezes e foram enviados mails e/ou colocados posts no sites em causa a alertar para a situação) nem de informação.
Era já tempo de se acabar com esses mitos tontos de tunas medievais, copy-paste feitos sem critério, de pseudo origens em sopistas ou mesmo em jograis e trovadores, ou ainda que as tunas nascem de um califa e que aparecem as tunas em Portugal porque vão uns tipos de Coimbra a Espanha e importaram a ideia.
Esses sites são co-responsáveis por propagarem ignorância e erro. Estava na hora de lhes fazer o devido upgrade ou uma limpeza, como sucedeu com tantos outros que entretanto, neste últimos 2, 3 anos, apagaram esses textos ou procuraram fontes sérias para a devida actualização.


Para quem quiser, sobre a história das Tunas:


http://notasemelodias.blogspot.pt/2012/07/notas-historicas.html

http://notasemelodias.blogspot.pt/2012/07/tuna-em-portugal-ii-notas-brevissimas.html

http://notasemelodias.blogspot.pt/2012/07/tuna-em-portugal-iii-tuna-na.html



Para um saber completo: http://www.eu-edito.com/qvid-tvnae-a-tuna-estudantil-em-portugal-ve.html

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Qvid Tvnae? - Apresentação no Porto (Rescaldo)

Num ambiente muito familiar, foi apresentado, no passado dia 23 de Novembro (2012), no Porto, a obra "Qvid Tvnae? A Tuna Estudantil em Portugal".
A apresentação da obra ficou a cargo do amigo, Prof. doutor João Caramalho Domingues.

Disponível gratuitamente aqui:https://drive.google.com/file/d/1HnbZrKgcb7zhwoD9KApuA9UogUvmwLew/view?fbclid=IwAR1q7d6lRQDq5bg6ZfrRnqulW9BvCToWH6K-FRG2njGG4SbezbGaaE_-um4

Aqui ficam algumas imagens.













domingo, 28 de outubro de 2012

Qvid Tvnae? na AAOOUP no XXVI FITU do Porto, 2012


Apresentação do livro "Qvid Tvnae?" na Associação dos Antigos Orfeonistas do OUP, integrada no XXVI FITU do Porto, a 13 Outubro de 2012.

A apresentação coube, uma vez mais, ao nosso dilecto amigo, prof. doutor João Caramalho Domingues.

Disponível gratuitamente aqui:https://drive.google.com/file/d/1HnbZrKgcb7zhwoD9KApuA9UogUvmwLew/view?fbclid=IwAR1q7d6lRQDq5bg6ZfrRnqulW9BvCToWH6K-FRG2njGG4SbezbGaaE_-um4



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Qvid Tvnae no XXII FESTUNA, 2012

No passado dia 6 de Outubro, durante o 22.º FESTUNA, em Coimbra, foi feita a apresentação do "Qvid Tvnae?" nas instalações do Teatro Académico Gil Vicente.