terça-feira, 31 de outubro de 2017

Era escusado, em Bragança (ou outro sítio)



O vídeo foi originalmente publicado na página de FB da RTUB (Real Tuna Universitária de Bragança).
Encurtámo-lo, para centrar e focar o assunto em causa.


Não se percebe que uma tuna, seja ela qual for, se apresente com tunos despidos daquela maneira. Não encontramos justificação para tal, nem mesmo praxes internas.
Por maior salutar que seja a irreverência estudantil, ela deve ser feita com graça e dentro de limites, precisamente para que seja irreverência e não outra coisa qualquer menos apropriada ou menos digna.
Há exageros e exageros. Neste caso, foi exagerado exagero.


Por melhores que sejam as intenções e efusiva seja a alegria, cremos que deve haver um mínimo de decoro e urbanidade perante o público (seja ele qual for), de forma a dignificar não apenas o grupo, mas a imagem das Tunas em geral.

Fica o reparo, para devida ponderação.

A RTUB é uma tuna com já largos anos de existência e uma história que muito respeitamos, daí o reparo para este percalço que destoa.


domingo, 15 de outubro de 2017

Tunologia e Tunólogos

Existe, actualmente, um amplo conjunto de publicações sobre o fenómeno das tunas/estudantinas, que resultam de estudo e investigação assentes em metodologia rigorosa.
Há, portanto, um acervo já considerável de estudos, análises, artigos e bibliografia produzidos por diversos autores que têm, usualmente, em comum a sua vivência como tunos, que lhes serve de ponto de partida.

Apesar do objecto de estudo em causa abranger diversas áreas do saber (musicologia, sociologia, etnomusicologia, história, ou mesmo do ponto de vista literário/linguístico...), o estudo estrito do fenómeno complexo que são as tunas não está, até agora, categorizado numa dessas várias áreas.


Com efeito, a Tuna pode ser lida sob todas essas perspectivas, mas difícil se torna catalogar tal, quando estamos perante o estudo, e estudiosos, centrados exclusivamente nesse assunto.

Quando os estudos produzidos não exploram nenhuma dessas áreas em específico, mas como um todo (porque multidisciplinar), coloca-se o problema de arrumar esse tipo de estudo numa categoria já existente (quando também acaba por caber noutras, conforme o prisma utilizado).

Mas é necessária alguma formação académica específica, para se estudar a Tuna?
Os factos demonstram que não. Temos gente das mais diversas áreas de formação (médicos, engenheiros, historiadores, musicólogos, etnólogos, pessoas formadas em literatura, advocacia ...) que produziram estudos e obras sobre o fenómeno tuneril.

O que importa é que o produzido assente nas transversais normas de um trabalho científico, numa metodologia académica de rigor (ou em várias em concomitância, conforme a natureza do trabalho)  que sustente a credibilidade dos trabalhos. E, para isso, à partida, qualquer pessoa com formação académica, onde tenha adquirido competências e saberes sobre como investigar e produzir trabalhos científicos, estará habilitada a tal.

O que está ainda em falta é colocar o devido rótulo, mesmo que informal, ao estudo específico da Tuna, bem como aos que se dedicam a tal actividade.
Longe de nós pretender substituirmo-nos aos dicionaristas e filólogos, cremos, contudo, ser hora de reconhecer, sem pretensões ou presunções, quem se dedica a conhecer e a dar a conhecer a Tuna, assim como o objecto dessa dedicação. 
Se damos o nome de Tuno a quem exerce o mester de tocar e cantar numa tuna, é mais do que justo que quem, também, se dedica ao estudo da Tuna, e contribui para o seu conhecimento, promoção e preservação da sua memória colectiva, possa receber uma designação própria.

Ficam, portanto, aqui, como sugestão, 2 definições informais:

Tunologia - ciência que tem como objecto o estudo da Tuna.


Tunólogo - pessoa que se dedica à tunologia; investigador/estudioso que faz investigação sobre a Tuna e cujo o trabalho, e domínio destas matérias, é reconhecido e credibilizado como tal.