Existe,
actualmente, um amplo conjunto de publicações sobre o fenómeno das
tunas/estudantinas, que resultam de estudo e investigação assentes em
metodologia rigorosa.
Há,
portanto, um acervo já considerável de estudos, análises, artigos e
bibliografia produzidos por diversos autores que têm, usualmente, em comum a
sua vivência como tunos, que lhes serve de ponto de partida.
Apesar
do objecto de estudo em causa abranger diversas áreas do saber (musicologia, sociologia,
etnomusicologia, história, ou mesmo do ponto de vista literário/linguístico...),
o estudo estrito do fenómeno complexo que são as tunas não está, até agora,
categorizado numa dessas várias áreas.
Com
efeito, a Tuna pode ser lida sob todas essas perspectivas, mas difícil se torna
catalogar tal, quando estamos perante o estudo, e estudiosos, centrados
exclusivamente nesse assunto.
Quando
os estudos produzidos não exploram nenhuma dessas áreas em específico, mas como
um todo (porque multidisciplinar), coloca-se o problema de arrumar esse tipo de estudo numa categoria já
existente (quando também acaba por caber noutras, conforme o prisma utilizado).
Mas
é necessária alguma formação académica específica, para se estudar a Tuna?
Os
factos demonstram que não. Temos gente das mais diversas áreas de formação
(médicos, engenheiros, historiadores, musicólogos, etnólogos, pessoas formadas
em literatura, advocacia ...) que produziram estudos e obras sobre o fenómeno
tuneril.
O
que importa é que o produzido assente nas transversais normas de um trabalho
científico, numa metodologia académica de rigor (ou em várias em concomitância, conforme a natureza do trabalho) que sustente a credibilidade dos
trabalhos. E, para isso, à partida, qualquer pessoa com formação académica,
onde tenha adquirido competências e saberes sobre como investigar e produzir
trabalhos científicos, estará habilitada a tal.
O
que está ainda em falta é colocar o devido rótulo, mesmo que informal, ao
estudo específico da Tuna, bem como aos que se dedicam a tal actividade.
Longe
de nós pretender substituirmo-nos aos dicionaristas e filólogos, cremos, contudo, ser
hora de reconhecer, sem pretensões ou presunções, quem se dedica a conhecer e a dar a conhecer a Tuna, assim
como o objecto dessa dedicação.
Se damos o nome de Tuno a quem exerce o mester
de tocar e cantar numa tuna, é mais do que justo que quem, também, se dedica ao estudo da Tuna, e contribui para o seu conhecimento, promoção e preservação da sua memória colectiva,
possa receber uma designação própria.
Ficam,
portanto, aqui, como sugestão, 2 definições informais:
Tunologia - ciência que tem como
objecto o estudo da Tuna.
Tunólogo - pessoa que se dedica à
tunologia; investigador/estudioso que faz investigação sobre a Tuna e cujo o
trabalho, e domínio destas matérias, é reconhecido e credibilizado como tal.