Hoje é dia de falar de uma das mais antigas Tunas de Veteranos/Quarentunas portuguesas, a Tuna de Veteranos de Viana do Castelo, celebrando a efeméride do seu 20.º aniversário.
Há já muito que não escrevia sobre Tunas de Veteranos/Quarentunas, sendo este o meu 3.º artigo sobre o tema, datando o primeiro de 2007. Parece-me que as duas décadas de existências deste grupo justifica-o plenamente. Faço-o apenas agora, depois dos festejos oficiais já realizados, tomando como referência o aniversário da sua primeira actuação (o que, assim, faz festa a dobrar).
Fundada 2003, e com a sua primeira actuação em Fevereiro de 2004, a Tuna de Veteranos de Viana do Castelo reúne antigos tunos de diversas academias (Univ. do Minho, Univ. Fernando Pessoa, Univ. Católica Portuguesa, Fac. Engenharia do Porto, Univ. Lusíada, Univ. Coimbra, Inst. Politécnio de Viana do Castelo…) que quiseram continuar a viver a res tunae mais de acordo com a sua nova situação pessoal e profissional, mais ao ritmo dos seus componentes, numa soma de sinergias e experiência que só a veterania possibilita.
Reconheço que, quando este grupo surgiu, algumas reticências se me colocaram (e mantenho), e sobre isso escrevi em 2009 (e falei, no VI ENT de Castelo Branco), quanto a esta ideia de jovens adultos mal saídos da suas tunas de origem (na altura fora assim), se averbarem o estatuto de “veterano”, sobretudo quando essa designação, no meio tuneril, se quer equivalente a “quarentuna”. Mas adiante.
Que dizer sobre este garboso conjunto de talentos?
Da minha parte, a firme convicção que estamos perante uma soma de talentos invulgar e a mais activa tuna do género em Portugal. Uma tuna que integra a Federación Internacional de Cuarentunas, bem como o circuito português de tunas deste tipo[1], e tem mostrado uma vitalidade ímpar. Não os conhecendo pessoalmente, é daqueles grupos que parecem adentrar-nos casa adentro e fazer festa connosco, como se fôssemos amigos de longa data. É o que sinto, sempre que os vejo em streaming ou vejo as suas publicações nas redes sociais.
Poderia tratar-se de uma tuna de “vencidos da vida” a “tocar umas coisas”, mas revelam um cuidado, rigor, empenho, jovialidade, alegria e qualidade que são invulgares mesmo em grupos estudantis (estando acima da maioria deles, até). Seria de esperar um grupo mais modesto em termos de aposta musical (arranjos instrumentais e vocais, grau de dificuldade…), tendo em conta que já não andam naquela cega corrida aos prémios, contudo é daqueles grupos que dá enorme gosto ver e ouvir, porque não são mais do mesmo. Até no que concerne à forma como tratam os temas do nossos folclore, mostram que são sérios, não folclorizando nem se desleixando na exigência.
Reconheço ser erro meu nunca ter privado de perto com este grupo, mas acredito que haverá maré para tal; um grupo que, mais do que embaixada do Alto Minho, é representante aquilatada da Tuna Portuguesa, do seu legado, da sua idiossincrasia e da sua incomparável e genuína riqueza e diversidade.
Para já, um enorme bem-haja pelo que têm feito, e continuam a fazer, em prol da comunidade, cultura e fenómeno tuneril português.
Parabéns!
[1] Que inclui a Tuna Veterana do Porto (1999, a mais antiga, em Portugal), a Tuna Veterana da Univ. Portucalense (2008), Quarentuna de Coimbra (2009) e Tuna Veterana de Aveiro (2014?).
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