domingo, 27 de novembro de 2016

Ao XXV aniversário do Real Tunel



Hoje é dia de festa, o Real Tunel Académico - Tuna Universitária de Viseu assinala 25 anos sobre a sua fundação.
Infelizmente, não poderei estar junto dos velhos companheiros e dos amigos que, hoje, se reúnem para comemorar esta longa caminhada encetada há tantos anos, mas o meu pensamento está hoje com todos vós.
Em dia em que se inicia este ano jubilar, não podia deixar de dirigir o meu primeiro pensamento aos que, comigo, deram o pontapé de saída a esta aventura já lá vão.....(parece que foi ontem).



Ao Luís Viegas, ao Paulo Pereira, ao Nandy e ao João Almas, vai aquele fraterno abraço que, sei bem, percebem inteiramente o alcance e profundidade do mesmo. Parabéns e obrigado.



Depois, não queria deixar de referenciar os que presidiram aos destinos da Tuna, ao longo destes anos todos que, com sacrifício e abnegação, deram o melhor de si em prol do Tunel. Vai, pois, o meu enorme bem-haja aos que ocuparam o cargo de Chanceler: César Sarmento, Orlando Ferreira, Rui Felícia e Hernâni Santos.
Finalmente, e de maneira mais abrangente, a todos os amigos com quem partilhei as vivências tunantes, sem esquecer os Reitores Raúl e Elisa e o grande lente Caetano Carrinho, da nossa "alma mater" tuneril, o Bóquinhas.
Parabéns a todos os tunos, de ontem e de hoje, os que alicerçaram e os que continuaram a alimentar e a construir caminho.
O que fica destes 25 anos não é certamente o currículo de certames ganhos (efémeras premiações rapidamente esquecidas), mas a obra que ficou e as amizades que se mantiveram sólidas.
Ficam, desde logo, as inenarráveis "estórias", que são o que nos alimentará de conversas infindas da nossa memória - quiçá o que fica de mais precioso da nossa partilhada experiência humana em Tuna.



E não posso deixar de parte o natural saudosismo da memória do meu, do nosso tempo de estudantes, porque viver a tuna enquanto estudantes tem uma magia diferente; imprimiu memórias com maior profundidade, próprio de um tempo onde tudo fica gravado com outro cunho e sabor.



Depois, claro está, a enorme aventura que foi conseguir o nosso actual traje, as digressões diversas ao estrangeiro e os quilómetros palmilhados em Portugal (e ilhas), as presenças na televisão..... Mas igualmente os 2 CD e livro editados - que são registo eterno para memória futura, bem como a sede que tivemos durante algum tempo; sem esquecer, também, as edições do CIRTAV que permitiram mostrar que o RTA não é apenas bom conviva, mas excelente anfitrião.



Mas o que se realça, contas feitas, é sobretudo, é acima de tudo, o prestígio criado, o que fica no imaginário colectivo, o que se diz do Tunel, passado este quarto de século.
Conduta, postura, empatia e gentileza irrepreensíveis, aliadas a uma reconhecida qualidade artística  que fazem do RTA  uma grande Tuna, assim tida e reconhecida por onde quer que passe.






Da minha parte, e com o coração apertado, a todos aperto no meu abraço fraterno, agradecido e orgulhoso do que fizemos, do que fizeram e do que ainda se fará.

Com amizade.

J.Pierre Silva

sábado, 26 de novembro de 2016

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Originais de Tunas - uma análise literária.

Uma breve reflexão.

Parece-me, e sublinho, que, no que toca a temas originais de tunas, temos uma natural, e compreensível, tendência em darmos maior primazia à parte melódica, à música portanto (arranjos, harmonias....), relegando, muitas vezes, creio, a outra componente dos temas: a letra, para segundo plano.
O que dizer dos temas originais sob a o prisma literário, que não apenas no esquema rimático?
Será possível produzir uma qualquer constatação entre épocas?
Será possível tecer algum considerando sobre isso, com conhecimento mais ou menos aprofundado daquilo que as nossas tunas produziram, e produzem, em termos de originais?

Verifica-se, como sucede na parte musical, uma evolução e melhoria (genérica, que não geral) no que concerne à qualidade poética das letras?
É verdade que, quando ao vivo, nem sempre se consegue captar a letra no seu todo (ritmo acelerado, dicção, som e produção de volumes....), ficando muito mais no ouvido a melodia.
Mas quando pegamos apenas nas letras, sem música, que fica da sua análise mais criteriosa?

Será que esse aspecto é levado em linha de conta nos certames, por exemplo? Ficam os jurados com uma ideia precisa de letra dos temas (originais) que ouviram?
Eu respondo: não (até porque é coisa que não é facultada aos mesmos - o que até inquina a coisa, de certa maneira, quando há prémios para melhor original); e salvo um ou outro tema original que até já conheçam (porque o já ouviram noutras ocasiões), uma vez mais se sobrepõe o todo, com preponderância da música.

Não tenho dado regular atenção a esse aspecto, embora seja assunto muitas vezes recorrente nas minhas reflexões pessoais ou quando me ponho a ouvir um novo CD que adquiri.
Já me vi a ler as letras de originais em alguns cancioneiros (ainda acessíveis online ou, então, constantes nos libretos das edições discográficas) e realizo que é algo que está por explorar (em termos de análise).
Porque, em verdade, se parece algo pacífico, mesmo que não científico, que temos uma ideia da evolução da qualidade musical das tunas (para melhor, pior, o que seja, conforme as épocas), já o mesmo não é líquido em termos literários.


Não vou fugir à resposta: encontrei de tudo, mas são os bons poemas (per si, sem música), muito mais escassos do que seria de esperar - são até a excepção, diga-se,  a meu ver, entre os sofríveis, alguns razoáveis e os excessivos medíocres.

Não terminarei sem dizer que, em termos puramente literários, é na Infantuna de Viseu que encontro mais originais com chancela de qualidade, em termos estritamente poéticos.